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Cinema e Séries
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Felipe de Carolis, astro de 'Nosso Lar 2', diz ser questionador com as religiões

Ator se considera mais confiante para lidar com expectativas do público

Felipe de Carolis Instagram/felipedecarolis

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São Paulo

Com 20 anos de carreira, o ator e produtor teatral Felipe de Carolis, 34, se prepara agora para ver seu primeiro protagonista brilhando nas telas do cinema (e possivelmente, computadores e celulares). Ele está no filme "Nosso Lar 2: Os Mensageiros" e vive Otávio, um complexo personagem que passa por quatro fases distintas na trama, uma adaptação do livro escrito pelo médium Chico Xavier (19102002).

Carolis conta que –apesar da grande expectativa do público para a continuação de "Nosso Lar (2010)"– optou por não ler a história do livro, e decidiu construir o personagem com base no roteiro e direção de Wagner de Assis. "Se fosse alguns anos atrás da minha carreira eu teria ficado muito nervoso, mas hoje sou bem controlado em relação a ter que suprir as expectativas das pessoas."

Gravada no Rio de Janeiro, a trama tem previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2023, e foi produzido pelas plataformas de streaming da Disney no Brasil, Star+ e Disney+. O artista diz ainda que, no set, teve a oportunidade de questionar e aprender mais sobre a conduta espírita, apesar de não se considerar parte de nenhuma religião.

"Foi importante saber o limite de questionar e o que eu deixaria o personagem fazer. Esse trabalho me deu a consciência que o que a gente vive agora é um grãozinho comparado à existência, não é possível que seja tão curto o período que estamos aqui", contou, em entrevista ao F5. O filme conta ainda com grandes nomes no elenco, como Edson Celulari, que vive o antagonista do ator, Vanessa Gerbelli, Fernanda Rodrigues e Fábio Lago.

Felipe de Carolis também prepara a estreia da peça "Sede" no Rio de Janeiro. O projeto, do qual a atriz Marieta Severo é sócia, faz parte de uma trilogia teatral, que já passou pelo Teatro Tuca, em São Paulo. "Poder exercer minha profissão é um privilégio, especialmente neste momento que temos uma Ancine travada pelo governo, número de Pronac de leis que não são produzidas e houve uma demonização da classe artística, da produção cultural."

Carolis reforça que seu propósito como profissional e artista é sempre trazer pluralidade em seus projetos nas áreas da TV, cinema, teatro falado e musical. "É curioso que essa condição de pluralidade que eu quero, muitos tem dificuldade de entender. O garoto que corre direto de sunga na praia e é sócio da Marieta Severo… Essa é minha proposta de vida, ser plural e fundir a intelectualidade e o bem-estar."

Abaixo, o artista comenta mais sobre os bastidores do filme "Nosso Lar 2: Os Mensageiros", sua relação com a religião, trabalhos como produtor teatral e sua posição nas redes sociais.

Você já havia comentado que não leu o livro para fazer o filme. Porque a decisão?
Foi uma construção rápida. Quando fui chamado para o filme, eu estava em São Paulo, filmando outro projeto, quase assinando para outra coisa. Quando eu li [o roteiro], tive a minha imaginação e pensei a quantidade de possibilidades que esse personagem tinha na cabeça das pessoas. Assim que a imprensa liberou os nomes do elenco, comecei a receber muitas mensagens me cobrando de realizar o personagem da forma que ele tinha sido personificado na imaginação de cada um. Queria criar a partir do que o roteirista tinha me entregado. Mas não avisei que não ia ler [o livro]. Foi uma proposta que criei para mim.

Como era sua relação com a religião e, em especial, a conduta espírita?
Sou muito questionador com todas as religiões. Estudei em um colégio católico que tinha aula de religião e fiz duas faculdades na PUC, tive aula de religião dos 6 aos 25 anos. Tenho muitas questões com elas [as religiões], então não me identifico com uma só. No filme, conversávamos nos bastidores de uma forma questionadora, para haver uma linha narrativa de comunhão. Foi importante saber o limite de questionar e o que eu deixaria o personagem fazer. Mas, não tem como passar pelo trabalho sem levar alguma coisa.

No filme, você e Edson Celulari contracenam bastante. Como foi estar ao lado dele?
O Edson tinha acabado de ser pai quando começamos a gravar. Fiquei encantado com ele, muito agradável como pessoa física. Ele sempre ficava do meu lado, mesmo nas caracterizações mais complicadas. A gente não se conhecia, foi um feliz encontro. Vai dar para sentir a parceria apesar de sermos antagonistas no filme, temos muitas cenas conturbadas e de briga.

Antes, você esteve em "Verdades Secretas", que tem uma proposta bem diferente.
É minha proposta de carreira, tento fazer uma pluralidade estética e caminhar nos quatro pontos que me interessam: TV, cinema, teatro falado e teatro musical. É muito legal ter participado de uma obra que tocou pela primeira vez no assunto vício em crack, cracolândia e que tiveram outros temas, como o book rosa, que foi ‘Verdades Secretas’.

Nas redes sociais, você toca o projeto Dicarolis. De onde veio a ideia de trazer dicas em seus vídeos?
Compartilho coisas que estudei durante a vida inteira, então, falo de arte, produção, teatro e teatro musical, assuntos que vivo cotidianamente há 20 anos. É a forma que encontrei de compartilhar de maneira agradável sem aquele tom de imposição. Embora algumas coisas possam soar muito distantes da realidade, tento falar disso como algo que não é inalcançável. Minha intenção é compartilhar. Criei o Dicarolis para dividir o que eu pesquiso e funcionam bem para mim a vida toda, desde assuntos intelectuais até físicos.

Você tem novos projetos que possa contar?
Vou fazer uma série, mas ela está em segredo de Justiça. Brincadeira, mas ela está em desenvolvimento ainda. Prefiro ficar quietinho com ela. E vou fazer minha peça, ‘Sede’, no Rio. Foi a peça que comecei a fazer em São Paulo. É parte de uma trilogia de peças, ‘Incêndio’, ‘Céu’ e ‘Sede’, com a minha sócia Marieta Severo. É muito difícil produzir teatro, ainda mais tragédia contemporânea.

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