Fábio Lago revela origem do nome de Tiziu, personagem que interpreta no filme 'Vai que Cola 2'
'Estávamos receosos por esse preconceito do nome ligar a cor da pele', diz ator
'Estávamos receosos por esse preconceito do nome ligar a cor da pele', diz ator
Tiziu, o grande amor de Terezinha (Cacau Protásio), nunca apareceu em carne e osso na série "Vai que Cola", sucesso no canal a cabo Multishow. Mas o personagem, conhecido do público pelas suas manifestações sobrenaturais no programa, vai ganhar vida no segundo filme da atração.
Em "Vai que Cola - O Começo", que estreia nos cinemas em setembro, Fábio Lago, 49, tem a missão de encarnar o papel. "O maior desafio é conseguir superar a expectativa que já existe do personagem", afirma Lago ao F5, que acompanhou parte das gravações do longa, no Rio de Janeiro.
O ator conta que estava preocupado com a reação dos fãs do seriado à escolha do seu nome para ser o intérprete de Tiziu, receio que ficou para trás quando foi divulgada uma imagem sua caracterizado como o marido de Terezinha nas redes sociais.
"As pessoas achavam que [o nome] Tiziu era por ele ter a pele negra. Na verdade, ele é Tiziu, porque cortou o braço numa linha de cerol, fez 'tiziu', e não pela cor da pele. Estávamos receosos por esse preconceito do nome ligar a cor da pele, mas quando soltamos nas redes sociais foi super bem aceito", explica o ator.
Cacau Protásio diz que pensou que teria dificuldade para contracenar com um Tiziu de carne e osso, já que o personagem existia no seu imaginário há seis anos. "Achei que seria difícil escolher um ator para fazer essa pessoa existir. Mas com o Fábio está sendo maravilhoso, é uma cumplicidade muito legal. As pessoas vão acreditar nesse casal, nesse amor e vão entender o porquê ela amava tanto esse homem e sente tanta saudade. Ela pode ter outros hoje, mas o grande amor da vida dela será para sempre o Tiziu."
Como o próprio nome indica, em "Vai que Cola 2 - O Começo" é retratado o início de tudo, antes da primeira temporada da série, quando ainda não existia a pensão da dona Jô (Catarina Abdalla), Ferdinando (Marcus Majella) e Máicol (Emiliano D'Ávila) não moravam no Rio, e Terezinha ainda vivia com Tiziu no Morro do Cerol. O que vai unir todos é uma feijoada organizada por Terezinha.
Conhecido por alguns papéis marcantes no universo cômico, como o Fabiano, de "Caras e Bocas" (Globo, 2009) e o cabeleireiro Nick de "O Outro Lado do Paraíso" (Globo, 2017-2018), Fábio Lago afirma que o humor "salva" e é fundamental para a vida.
"Todo meu trabalho, mesmo sendo dramático, eu coloco um pouco do humor, porque o humor facilita até a comunicação. Se você está muito fechado para algum assunto, algum tema, o humor quebra esse bloqueio e a gente consegue penetrar com a informação mais fácil", diz ele.
O ator pondera, no entanto, que não se deve usar a comédia como um um paliativo para engessar o olhar sobre o que está acontecendo no Brasil ou no mundo. "Acho que a gente tem que ver o humor como uma ferramenta de leveza, mas que a gente não perca a profundidade."
Para Lago, o humor com um olhar crítico, questionador e até catalisador de mensagens políticas e inquietações também é importante. O ator comenta que acha "ridícula" a polarização política pela qual o país vive. "É uma bobagem imensa. A gente está polarizando algo que não deve ser polarizado, a política está na nossa vida diária [...] Se a gente não parar com isso, não vamos sair desse buraco, vamos ficar nesse confronto eterno por muito tempo e não conseguiremos avançar", afirmou.
Ele fala ainda que não tem "inimigo político" e que a opinião do outro precisa ser respeitada. "A minha relação pessoal não está interligada à minha posição política. Fujo muito do certo ou errado. O que é certo para você pode ser errado para mim e vice-versa", conclui.
A jornalista viajou a convite da produção do filme.
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