Cinema e Séries

Mônica Martelli é dirigida pela irmã e atua com Paulo Gustavo em 'Minha Vida em Marte'

Longa derivado da peça de teatro estreia nesta quinta (27)

Paulo Gustavo e Mônica Martelli em cenas do filme 'Minha Vida em Marte'
Paulo Gustavo e Mônica Martelli em cenas do filme 'Minha Vida em Marte' - Ique Esteves/Divulgação
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Fabiana Schiavon
São Paulo

Mônica Martelli, 50, faz sucesso com a dobradinha de teatro, TV e cinema há anos e renova essa boa sorte com o lançamento do filme “Minha Vida em Marte”, que estreia quinta-feira (27) em 800 salas de cinema em todo o Brasil.

Essa trajetória começou em 2005, quando Mônica estreou a peça “Os Homens São de Marte... E É Pra Lá que Eu Vou”. O sucesso nos palcos durou anos e virou filme em 2014. Se, no primeiro longa, a sua personagem Fernanda sofre e se diverte com a solteirice sem solução após os 30 anos, agora ela relata a dor de uma separação.

Todo texto é inspirado nas próprias vivências de Mônica. “Nós mulheres somos criadas para falar, nós falamos mais sobre sentimentos, fragilidades e medos. E isso me ajuda a humanizar a Fernanda [personagem], porque eu coloco as minhas inseguranças nela”, afirma a atriz. 

A atriz foi casada com o produtor Jerry Marques por dez anos até se separar em 2012. "Estou cinco anos à frente da personagem. Só escrevo depois de muito tempo para poder fazer isso com humor, leveza e maturidade", conta a atriz e dramaturga. 

As ideias vão surgindo ao longo desse processo. "Faço terapia há 25 anos. Então, essas histórias vêm de uma mistura de experiências de meus relacionamentos com terapia. É tanta informação que hoje não tem mais homem que me acompanhe!”, brinca a atriz Mônica Martelli.

Nesse filme, Fernanda está casada com Tom (Marcos Palmeira), e o casal já tem uma filha de cinco anos. Os dois fazem diversas tentativas de reaquecer o casamento, até que ele começa a traí-la, e o casal acaba obrigado a tomar alguma decisão.

Para tentar se curar e entender o que sente, Fernanda conta com o amigo Aníbal, personagem interpretado por Paulo Gustavo, parceria que rende diálogos hilários. Os dois tentam curar a fossa em um retiro de yoga, fazendo muitas compras em Nova York e trabalhando em novos projetos.

Na sequência de filmes, Mônica faz reflexões sobre diferentes fases e visões sobre amor e relacionamentos. “No primeiro filme, ela estava solteira há muito tempo e louca para vivenciar um amor. Na verdade, ela queria mais é que vingasse alguma coisa, né? Se o cara fizesse planos para o réveillon já está valendo”, conta Mônica aos risos.

A personagem, agora, já estava certa de que encontrou o amor. “Nesse filme, ela entra em crise no casamento e se pergunta se pode se apaixonar novamente pelo marido. Todas somos vítimas do romantismo e com o tempo nós vamos curando essa doença. Vemos que essa coisa louca da paixão não dura”, avalia a atriz.

​Para Mônica Martelli e Susana Garcia, diretora do longa “Minha Vida em Marte”, o filme também fala muito sobre coragem. “Não tem vilão nessa história. O Tom [Marcos Palmeira] é um cara legal, maneiro, ele toma conta da filha. Tanto que a Fernanda fala no filme sobre a importância do casamento deles. O difícil é se dar conta de que a gente pode ser ainda mais feliz. Claro que não é fácil ficar solteira, ainda mais depois dos 40, que a gente fica invisível nesse país”, avalia Mônica. ​

Os dois ponderam o tempo todo tudo o que construíram, inclusive a filha que tiveram juntos. “É difícil romper porque você tem toda uma estrutura, com filhos. O filme fala dessa coragem. A Fernanda [personagem] é muito coerente com os sentimentos dela, então ela não finge que não está acontecendo, ela enfrenta”, afirma Susana.

Ao ver a experiência da própria irmã, Mônica conta que é acredita na possibilidade de relacionamentos duradouros, mas acredita ser preciso saber avaliar quando chega o fim. “No casamento, as intolerâncias vão chegando e a plenitude da paixão não se mantém. Isso é normal. O tempo também traz a parceria e a intimidade, mas que só só funcionam quanto tem o respeito e a admiração como base”, avalia a atriz.

Para ela, cada casal pode encontrar a melhor maneira de se relacionar. “Quando casei, eu gostava de morar junto, acho que isso já não funciona mais para mim, mas, claro, minha irmã é casada há 23 anos e está tudo bem assim”, avalia.

PEÇA E FILME SÃO DIRIGIDOS POR IRMÃ DE MÔNICA

A atriz Mônica Martelli ganhou uma grande parceira em seu segundo projeto. Ela já escreveu o monólogo “Minha Vida em Marte” para o teatro com o apoio e direção de sua irmã, Susana Garcia, que tem experiências de vida diferentes de Mônica. Ela é casada com o ator Herson Capri há mais de 20 anos.

“Passamos um ano fazendo esse roteiro e já ensaiando. Quando a gente chegava no set e sentia que dava para ser melhor, eu pedia para repetir. Claro que ela e o Paulo Gustavo inventavam coisas, mas era só a cereja do bolo. Acho muito importante que o roteiro já chegue redondo”, conta Susana, que controlou a dispersão e criatividade da divertida dupla de atores em cena.

“Susana sempre fala que não dá para contar com talento e carisma, é preciso ter uma boa história para contar”, afirma Mônica.

O espetáculo “A Minha Vida em Marte” continua rodando o país no ano que vem. Outra novidade é a série “Os Homens São de Marte...E é para Lá que eu Vou”, exibida pela GNT, que confirmou sua quarta temporada. As gravações começam já no início do ano que vem.

 AMIZADE DENTRO E FORA DE CENA

O ator Paulo Gustavo entrou no projeto do filme “A Minha Vida em Marte”, quando as irmãs Mônica Martelli e Susana Garcia ainda estavam desenhando a adaptação do monólogo para o cinema.

No filme, como Aníbal, o ator e comediante ganha uma importância que vai além do amigo que surge em poucas cenas. “Tivemos o cuidado de falar da importância da amizade. A Fernanda passa todas essas dificuldades, mas sempre com o Aníbal do lado, o que traz leveza à situação. Eu amo estar apaixonada, mas ter um amigo é muito importante na vida. Eu tenho o Paulo Gustavo, e a Fernanda tem o Aníbal”, avalia Mônica Martelli.

A personagem parte em busca de tentar encontrar a felicidade dentro dela. "Algumas coisas até são utópicas. Mas não tem problema, é a utopia que faz a gente caminhar. Não é preciso alcançá-la", reflete  a atriz. 

Monica  disse que fez questão de apontar isso no filme, porque estava solteira há um ano quando escreveu e estava se sentindo muito feliz. “Só pensava quem seria essa pessoa que iria estragar tudo isso, porque namorar é pepino, né?”, brinca a atriz.

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