'Sistas' mostra mulheres negras em busca de amor: 'Representatividade importa'
Mignon Von diz que já passou da hora de o Brasil se ver na tela
Mignon Von diz que já passou da hora de o Brasil se ver na tela
Quatro mulheres, cada uma com suas carreiras e especificidades, aproveitam a vida de solteiras, em meio a drinques e conversas, enquanto procuram por alguém especial na cidade grande. Embora o enredo tenha um quê de "Sex and the City", em "Sistas", as protagonistas são todas negras, o que adiciona uma camada de complexidade à trama.
A série estreou recentemente no Brasil no BET (Black Entertainment Television), canal do serviço de streaming gratuito Pluto TV dedicado exclusivamente a conteúdos que abordam a cultura negra. Nos Estados Unidos, a segunda temporada já foi ao ar e uma terceira leva de episódios foi encomendada.
Diferentemente de Carrie Bradshaw e companhia, Andi (KJ Smith), Karen (Ebony Obsidian), Dani (Mignon Von) e Sabrina (Novi Brown) moram em Atlanta, nos Estados Unidos. Uma é advogada, a outra dona de salão de beleza, a terceira supervisora de uma companhia aérea e a última bancária. Cada uma tem seus próprios dramas amorosos, mas elas estão sempre disponíveis uma para a outra.
"A maior particularidade da série é que são quatro belas mulheres negras, completamente diferentes uma da outra", avalia Ebony Obsidian em entrevista ao F5. "Tem muito poder em se ver completamente representado em algo, não em parte nem em um personagem, mas no todo."
"Representatividade importa para qualquer grupo de pessoas", afirma Mignon Von. "Acredito que o Brasil, onde você vê que a população africana não foi sempre respeitada, é importante que as pessoas se vejam na tela. Já passou da hora! Isso pode fazer a diferença em cicatrizar algumas feridas abertas pelas diferenças culturais entre os diferentes grupos étnicos do país. Estou muito animada para começar a receber mensagens em português!"
Novi Brown lembra que, mesmo nos Estados Unidos, ver quatro protagonistas negras ainda não é tão comum. "É uma mudança gradual, mas está mudando", diz. "Há 15 anos, não era assim. Acho que o streaming e a possibilidade de as pessoas terem de controlar mais o que vão assistir criou uma demanda enorme. Todos precisamos nos ver, independentemente do tom de pele."
Já KJ Smith lembra que, por estarem à frente da série, elas se tornaram modelos de beleza e comportamento para muitas outras mulheres. "Todas nós sentimos essa responsabilidade e tentamos fazer o melhor possível, para que inspirar as gerações mais jovens."
"Temos muito cuidado com o que dizemos, com as imagens que criamos e com a energia que colocamos no mundo", explica. "Tentamos projetar na tela mulheres fortes e também vulneráveis. Sabemos que é assim que nós somos, temos essas dualidades, somos todas multifacetadas."
A série foi criada por Tyler Perry, considerado um midas das produções de TV americanas (ele já foi considerado o homem mais bem-pago do mundo do entretenimento pela revista Forbes). Ele criou, produz e dirige "Sistas", assim como diversas outras produções, quase todas protagonizadas por negros.
"É muito motivador, para dizer o mínimo, trabalhar com ele", elogia Brown. "Ele está sempre com a gente, nunca está fora do alcance. E coloca mesmo a mão na massa. Só de observar como ele usa o tempo dele já é uma aula, porque ele faz tudo e ainda consegue ter uma vida pessoal."
A relação entre as quatro atrizes é destacada como positiva. "Eu diria que nós nos conectamos imediatamente", diz Obsidian. "O legal é que somos muito diferentes na vida real, mas conseguimos traduzir esse laço criado entre nós na tela. É o que os fãs mais curtem, porque é muito orgânico."
As personalidades das personagens também diferem, mas têm pontos que as aproximam. "Ninguém é perfeito na série, as mulheres não são perfeitas, os homens não são perfeitos, e está tudo bem", avalia Smith. "Relacionamentos não são fáceis e exigem sacrifícios e avaliar se valem mesmo à pena. Cada uma delas passa por algumas coisas individualmente, então tem momentos bons e difíceis para todas."
E, quando elas se sentam ao redor de uma mesa para contar umas às outras o que passaram, elas não são apenas mulheres em busca de um casamento a qualquer custo. "Temos que curtir a fase de encontros antes de tomar qualquer decisão", diz Brown. "Isso se é que você quer se casar, porque nem todo mundo quer. Agradeço que essas garotas estão lá tendo seus encontros e vendo o que tem por aí no mundo."
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