Como Pepe Le Gambá, conheça outros personagens clássicos que foram 'cancelados'
Animações têm sido revisitadas com o olhar das novas gerações
O personagem Pepe Le Gambá, que recentemente foi acusado de perpetuar a cultura do estupro e chegou a ser cortado da sequência do filme "Space Jam", não está sozinho. A animação faz parte de uma lista de outros personagens que vêm sendo "cancelados" após serem revisitados com o olhar das novas gerações.
Quem levantou a lebre foi o colunista Charles M. Blow, no New York Times. Em artigo publicado no último dia 3, ele afirmou que as tentativas do gambá francês de conquistar a gatinha Penélope nos desenhos da Warner Bros não fazem mais sentido nos dias de hoje.
Mas não é só Le Gambá que está na mira dele. Ligeirinho, outro personagem de animação clássico da Warner Bros, é visto por ele como uma representação preconceituosa dos mexicanos. Já a animação Tom e Jerry, da Hanna-Barbera, é criticada pela figura da empregada negra corpulenta que fala com uma voz caricatural —e exibida apenas das pernas para baixo no desenho.
A Disney também tem sido criticada por audiências que descobriram seus clássicos mais recentemente. No filme "Aladdin", de 1992, a música de abertura é "A Noite da Arábia", que diz que, entre outros versos, que "vão cortar a sua orelha para mostrar para você como é bárbaro o nosso lar".
Outro filme que envelheceu mal foi "Dumbo", de 1941, que tem uma cena com trabalhadores negros sem feição cantando "Song of the Roustabouts" enquanto erguem a lona do circo. Na letra, eles dizem que são analfabetos, trabalham em excesso, mas são felizes.
Ainda no mesmo filme, o líder do grupo de corvos se chama Jim Crow, mesmo nome de um personagem que inspirou as leis que promoviam a segregação racial no sul dos Estados Unidos. As sequências musicais remeteriam à prática do blackface, com artistas brancos com rostos pintados de preto para ridicularizar os negros.
Já "Peter Pan", de 1953, retrataria o povo nativo-americano de forma estereotipada. Além de usarem o termo "peles vermelhas", considerado ofensivo atualmente, os personagens zombam da cultura indígena e usam seus elementos, como cocares, de forma desrespeitosa.
Nem os animais fofos de "A Dama e o Vagabundo", de 1955, escaparam. Uma cena com dois gatos que cantam "We Are Siamese" com sotaque asiático acentuado foi criticada também.
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