Cinema e Séries

Dos produtores de 'Glee', 'The Politician' reúne elenco estrelado para ir além do público jovem

Série original da Netflix estreia nesta sexta-feira (27)

Gwyneth Paltrow e Ben Platt em cena de "The Politician"
Gwyneth Paltrow e Ben Platt em cena de "The Politician" - Divulgação/ Netflix
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São Paulo

Dos criadores de “Glee”, Ryan Murphy, Brad Falchuk e Ian Brennan, a série “The Politician”, que estreia nesta sexta-feira (27) na Netflix poderia ser mais uma produção com jovens em conflito na fase da High School (o ensino médio americano). Mas, com um elenco que apresenta Ben Platt e ainda traz as veteranas Gwyneth Paltrow e Jessica Lange, a série pode atrair mais gente a acompanhar a trama que provoca reflexões sobre a vida política.

Platt tem apenas 26 anos, mas já é um reconhecido ator de musicais na Broadway. Já venceu um Emmy e um Grammy e esse talento musical é aproveitado na série, mesmo sem fazer muito sentido com a história. “Ah, vocês estão falando sobre quando Deus sai de dentro da boca dele?”, afirma a colega Zoey Deutch, 24, que vive a personagem Infinity na série, durante entrevista concedida por ela e Platt, em São Paulo.

Os dois cantam na série e seus personagens dão o pontapé inicial à história. O primeiro episódio apresenta Payton (Ben Platt), um menino que foi adotado por uma família rica e colocou em sua cabeça que fará de tudo para ser o presidente dos Estados Unidos. Já no ensino médio, ele começa a cumprir algumas metas —ideias que ele tirou da biografia dos principais ex-presidentes americanos. 

Payton é filho de Georgina (Gwyneth Paltrow) e de Keaton (Bob Balaban), que têm outros dois filhos gêmeos que beiram a ser psicopatas e desejam ver Payton fora do testamento da família. Obstinado a ser um político bem-sucedido, começando pela presidência do grêmio da escola, ele tem atitudes questionáveis e chega se questionar se ele não enquadraria no perfil de um psicopata. 

“Acho que ele decidiu fazer isso porque precisa provar que merece estar nessa família. Ele é inseguro por ser adotado. Payton meio que nasceu com esse propósito já meio sem uma razão específica e acho que o perigo é justamente esse. Quando se faz algo sem pensar muito, você pode machucar pessoas. Acho que essa é a grande questão do meu personagem”, avalia Platt.

A primeira a ser usada por ele é Infinity, que acha que sofre de câncer e é usada como vice "caça-votos". A garota, no entanto, é uma farsa graças a sua avó, Dusty (Jessica Lange) que a envenena para manter a neta doente e tirar proveito da situação –a avó sofre da doença chamada Síndrome de Münchhausen por procuração.

“Conheci uma menina que sofre desse problema, mas que não fala sobre isso. A mãe dela a deixava doente e quando isso foi descoberto, ela mesma começou a provocar a doença nela”, contou. “É um dano psicológico que se carrega para o resto da vida”, revela Deutch. 

Infinity, que é vítima da avó, acaba curtindo um pouco todos os jantares grátis que consegue e sente o gostinho da possível fama que uma campanha eleitoral da escola pode a levar. Mas Zoey não julga a sua personagem: “Ela é 100% vítima e também uma sobrevivente. Há uma falta de consciência, não de pura inocência, eu diria, mas ela está no ‘modo sobrevivência’. Ela segue seu extinto para sobreviver”, avalia. 

Os oito episódios da primeira temporada, que levam facilmente a uma segunda, são bastante dinâmicos. Quando a história da eleição para o grêmio da escola começa a se esgotar, outros personagens ganham espaço na trama que começa a ter mais momentos cômicos que dramáticos, como o da atriz Lucy Boynton (de “Gypsy)” e Laura Dreyfuss, de “Glee”. 

Quem chegar até o fim, verá outras estrelas de séries conhecidas, como January Jones, a Betty de “Mad Men”,  e Dylan McDermott, de “American Horror Story”. Mais veteranos também chegam aos últimos episódios para dar gás à produção como Bette Midler, figura de comédias pop, como “Do que as Mulheres Gostam” (2000) e “Uma Família em Apuros” (2012). 

Mesmo que a série trate da palavra ambição a cada cena, os dois atores preferem não demonizar o termo. “Sou uma mulher ambiciosa, eu me defino assim. Acho importante dizer às meninas que elas devem seguir seus sonhos e crescerem ambiciosas, mas há uma diferença entre ambição e a ambição cega, sem razão, sem equilíbrio. Com a série, consegui ver bem essa diferença, mas ainda acho que não devemos usar essa palavra como algo ruim”, diz Deutch.

Platt concorda. “Tento me manter ambicioso para conquistar o que quero conquistar, mas sempre buscando o equilíbrio de ser uma pessoa equilibrada e com a mente saudável, sem tratar ninguém diferente por causa desses meus sonhos e minhas conquistas”.

VAMOS FALAR SOBRE POLÍTICA?

Os atores Ben Platt e Zoey Deutch, ambos nascidos em Los Angeles, não conseguiram fugir das perguntas sobre política na vida real e aproveitaram para criticar o atual governo de Donald Trump, sem nem mesmo precisar citá-lo. 

Deutch conta que tem orgulho de ter dado o primeiro voto de sua vida a Obama, mas que agora viu como saída apostar em políticos locais, que podem resolver coisas práticas da cidade. Ela lamenta, no entanto, a falta de líderes mundiais.

“Essa é a primeira vez que a gente poderia se unir como raça humana para nos salvarmos da degradação do planeta e estamos perdendo essa oportunidade. O mundo todo precisa dar as mãos e andar juntos, precisamos de alguém nos liderando nisso, alguém que pregue isso. Isso não é sobre política, é sobre o mundo. É bizarro que isso não esteja acontecendo”, avalia a atriz.

Platt também seus nomes mais locais e espera desesperadamente a data das próximas eleições presidenciais. Ele diz que vai apoiar “qualquer organismo vivo” que concorra contra a atual gestão. 
 

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