'Aladdin' traz cultura árabe em live-action sobre amizade, empoderamento e autoritarismo
Versão do clássico de 1992 estreia nesta quinta-feira (23)
Em “Um Mundo Ideal”, tapetes voam, macacos se tornam elefantes e princesas podem brigar pelo verdadeiro amor. “Aladdin” é um dos clássicos da Disney escolhidos para ganhar sua própria versão live-action musical, que estreia em 1.200 salas de cinema nesta quinta-feira (23).
A adaptação dirigida por Guy Ritchie traz cenas emocionantes já conhecidas pelo público, bem como músicas cujas as letras ainda estão na memória de crianças e adultos. Mas a história não é tão fiel ao longa lançado em 1992: os espectadores podem esperar por passagens extras e um final um pouco mais moderno, sem destoar do original, aposta que a Disney já reproduziu em filmes como "Dumbo".
Na trama, Aladdin (Mena Massoud) conhece a princesa Jasmine (Naomi Scott) e se apaixona à primeira vista. A diferença de classes dos dois, no entanto, se torna um empecilho para o romance, e o jovem precisará da ajuda de um gênio (Will Smith) para definir o futuro deles.
Acompanha Aladdin seu fiel macaquinho, Abu, criado por computação gráfica, que ajuda o jovem nos roubos à la Robin Hood. Mais do que o dinheiro em si, os dois buscam diversão enquanto vivem livres na fictícia cidade portuária de Agrabah.
A princesa Jasmine tem uma vida oposta à do protagonista. Corajosa mas subjugada, ela vive dentro do palácio de seu pai, o sultão (Navid Negahban), e almeja uma única coisa: liberdade. Mas o sonho parece apenas se distanciar enquanto pretendentes aparecem em seu lar para propô-la em casamento.
O live-action dá mais voz e força à princesa, que também deseja se tornar sultana, e adiciona uma nova música à trilha sonora, em que a personagem canta sobre todos a verem como frágil e grita que "não serei silenciada".
No papel do Gênio, Will Smith também solta a voz em músicas como “Noites da Arábia”, “Príncipe Ali” e “Nunca Teve Um Amigo Assim” –no original, era Robin Williams quem dublava e cantava canções do personagem.
O ator explora o humor o tempo inteiro e aparece até de maquiagem, como as dançarinas árabes. Seu sonho é semelhante ao da princesa: tornar-se humano para ser livre. Apesar de também estar preso a sua realidade, há mil anos dentro de uma lâmpada, ele sorri o tempo inteiro e está sempre ativo –revelando até suas práticas de yoga.
Jafar (Marwan Kenzari), o poderoso vilão, serve como contraponto. Autoritário, ele almeja poder e é exemplo de como isso pode subir à cabeça. Ainda estão no elenco Nasim Pedrad, como Dalia, Billy Magnussen, como príncipe Anders, e Numan Acar, como Hakim, o braço direito de Jafar.
CULTURA ÁRABE
Um elemento presente em todo o filme é a cultura árabe. A Disney faz questão de, por exemplo, manter a grafia usada no filme original e usar uma paleta bastante colorida na direção artística. O espectador mais atento consegue captar cenas rápidas de pratos típicos, instrumentos, rituais e a própria leitura árabe, feita da direita para a esquerda, além das danças e roupas típicas que permeiam quase todo o filme.
As deslumbrantes paisagens e cenários árabes foram gravados em Londres e em locações em meio ao deserto da Jordânia, obra do diretor de fotografia, Alan Stewart, e da diretora de arte, Gemma Jackson.
Na trilha sonora, a versão live-action inclui novas gravações das canções originais, escritas por Alan Menken e os letristas vencedores do Oscar, Howard Ashman e Tim Rice, além de duas novas canções escritas por Menken e os vencedores do Oscar e do Tony, Benj Pasek e Justin Paulres.
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