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Cinema e Séries

Mickey Mouse deixou de ser fumante, de falar sacanagem e virou mais humano em 90 anos

Nascido nos anos 1920, Mickey sobrevive na era da computação

Mickey Mouse e a namorada Minie
Mickey Mouse e a namorada Minie - Divulgação
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São Paulo

​A exibição do filme “Steamboat Willie”, em 18 de novembro de 1928, no Colony Theatre de Nova York, é a data que marca o nascimento de  Mickey Mouse, personagem icônico de Walt Disney (1901-1966). Ao longo dos anos, o personagem infantil se transformou e se tornou o mais conhecido do mundo e mais querido do público.

Hoje, aos 90 anos, Mickey tem traços e comportamento completamente diferentes daqueles de quando surgiu: ele era magrinho e com olhos esbugalhados. O sucesso dele, segundo especialistas, tirou o cineasta da pobreza e o deu o pontapé para a construção de um império do entretenimento: a Disney.

"O primeiro Mickey fumava, fazia um monte de sacanagem. Seu traço tinha só uns botões nos olhos. Ele foi melhorando a silhueta e ganhando outra personalidade, ficou mais fofinho, com as orelhas mais redondas. Hoje, ele volta a ser mais agitado em histórias dentro do contexto de nosso tempo", afirma  Marcos Llussá, diretor de arte de animação das produtoras Lobo e Vetor Zero.

Fabiano Broki, coordenador do curso de especialização em Motion Design da Escola Britânica de Artes Criativas (EBAC), afirma que Mickey "nasceu como um ratinho já humanizado, com pernas e braços para que as pessoas tivessem empatia com o ratinho." Ele diz ainda que o cinema abriu as portas para o personagem: "Antigamente, para chegar ao público era preciso estar no cinema, e o Mickey fez tanto sucesso que as pessoas pediam até para repetir a sessão".

Antes do Mickey, Walt Disney tinha criado um coelho chamado Oswald, no início dos anos 1920, e era uma das apostas do desenhista. “Como ele não assinou nada com seu contratante, o seu patrão na época se apropriou da criação. Disney ficou completamente arrasado”, lembra Marcos Llussá, diretor de arte de animação das produtoras Lobo e Vetor Zero.

Disney criou o ratinho e havia escolhido o nome Mortimer Mouse, mas sua mulher, Lillian Bounds (1899-1997), foi quem convenceu o cineasta e dar o nome de Mickey, que ficou eternizado. Depois, Disney criou Mortimer Mouse, o rival de Mickey, que na verdade era o ex-namorado de Minnie. Walt Disney dublou Mickey e Minnie de 1929 à 1946.

“Walt apostou todas as fichas nele. Fez o curta-metragem ‘Plane Crazy’ que fez um sucesso estrondoso, logo depois ele investiu em um curta com trilha sonora, o "Steamboat Willie", em que ele aparecia dirigindo um barco", diz Llussá.

Os especialistas contam que vários desenhos ao redor do mundo tiveram Mickey como inspiração. “Ele inspirou desenhos japonês, como Astroboy, que inspiraram o Mauricio de Souza no Brasil e muitos outros pelo mundo”, lembra Broki.

Um grande salto da empresa foi a produção de “Fantasia” (1940), animação que tinha Mickey como um aprendiz de feiticeiro, mas que não foi tão bem recebido na época. "Era uma proposta visual muito diferente do desenho tradicional. Já era um filme com status de obra de arte. Ele é um marco na revolução visual e experimentações de novas técnicas”, afirma Broki.

Mickey Mouse chegou à televisão em 1950, quando Walt Disney produziu um especial de Natal chamado “One Hour in Wonderland” que tinha o desenho clássico “Relojoeiros das Alturas” (1937). A exibição na na TV fez com o personagem conquistasse mais uma legião de fãs.

Com Mickey, Walt Disney criou um mundo de fantasia, formado por princesas, heróis e personagens fantásticos, além dos parques temáticos da Disney nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. Apesar de todo o sucesso, a empresa quase falou nos anos 1990, mas soube se reinventar e hoje investe em live-action de seus principais personagens. 

De acordo com Broki, a empresa vai lançar, em breve, uma plataforma de streaming para concorrer com a Netflix. "Disney teve um período de queda nos anos 1990, quando ficou custoso fazer animação na transição para a computação gráfica. Eles quase faliram, mas se reinventaram. Hoje, são donos da Pixar, da Lucas Filmes, da saga Star Wars, da Marvel e da Fox. Logo,devem lançar plataforma de streaming, que concorrerá diretamente com a Netflix'."

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