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Celebridades

Musa nos anos 1990, Regininha Poltergeist vende empadinhas na rua: 'Estou em paz comigo'

Ex-modelo e símbolo sexual lançada por Fausto Fawcett hoje trabalha no Méier, zona norte do Rio, e tem como meta abrir uma lanchonete especializada no salgado: 'Esse é o plano'

Em foto colorida, mulher mostra empadas que está vendendo nas ruas
Regininha vende empadas na rua da zona norte do Rio: 'Me chamaram de decadente' - Ana Cora Lima/FolhaPress
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Rio de Janeiro

São 11 horas da manhã de uma quarta-feira nublada no Rio de Janeiro. Regininha Poltergeist, 53, pega duas sacolas com tabuleiros, garrafas térmicas, guardanapos e talheres. Ela anda 600 metros da porta de casa até a Dias da Cruz, rua principal do Méier, na zona norte da cidade, e começa a colocar seus produtos em uma mesa de plástico levada um pouco mais cedo pelo pai, Nelson Soares. É ali que ela expõe suas empadas, docinhos e cafezinhos.

Símbolo sexual nos anos 1990, Regininha vende salgados nas ruas para sobreviver há dois meses. Ela enfrenta dificuldades financeiras e procura, sem sucesso, emprego desde o início de 2022. Decidiu seguir o conselho de uma amiga para investir no próprio negócio.

"Durante muitos anos, a minha mãe vendeu empadas e empadões no bairro. Todo mundo a conhecia, e essa amiga me sugeriu fazer o mesmo. Peguei as receitas, lembrei como fazia e comecei. Estou bastante animada", diz ao F5.

Regininha acorda cedo para preparar os salgados. Procura fazer aproximadamente 30 empadas —o carro-chefe de suas vendas—, 30 brigadeiros e duas garrafas térmicas de café para faturar entre R$ 150 e R$ 200 por dia. "Tem dado certo. Tiro um valor para comprar o material e o resto estou guardando", conta ela, que cobra R$ 6 pelos salgados de carne, frango, queijo e palmito, e R$ 2 pelos brigadeiros e cafezinhos.

A ex-modelo diz que tem recebido um bom feedback da clientela. "Sempre gostei de cozinhar e já trabalhei fazendo marmitas. É a primeira vez que vendo empadas, e as pessoas estão elogiando os meus salgados. Quem sabe daqui a algum tempo eu possa sair da rua e ir para uma loja comercial ou um shopping? Esse é o plano". Ela diz que não liga para comentários negativos sobre a sua atual condição. "Já debocharam de mim. Me chamaram de decadente, mas estou em paz comigo".

Ela conta ao F5 que desistiu de trabalhar como massoterapeuta. "Estudei pouco, mas estava procurando me especializar mais. Gosto de fazer massagens, trabalhar com energias, mas ficou impossível. Só os homens procuravam os meus serviços e eles queriam sexo", lamenta.

"O pouco que estou ganhando agora ajuda na renda mensal minha e do meu pai. Não dá para muitos luxos, mas a minha consciência está leve", diz. O orçamento fica completo com os R$ 300 que recebe do programa Bolsa Família e a aposentadoria do pai, um salário mínimo.

Regininha não se esquiva de falar sobre os dez dias de internação no Instituto Municipal Philippe Pinel, unidade de emergência psiquiátrica localizada em Botafogo, zona sul do Rio, em agosto do ano passado. Ela relata que vinha fazendo tratamento em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em Engenho de Dentro, bairro vizinho do Méier. "Recebi o diagnóstico de bipolar e estava tomando os remédios regularmente. Só que fiquei agitada por alguns dias e do nada, fui internada. Até hoje não sei direito".

Seu Nelson interrompe a entrevista e conta o que aconteceu. "Teve uma denúncia de um surto psicótico da Regina e aí veio uma decisão da defensoria pública. Não sabemos quem fez a queixa", diz. "Deve ter sido um dos nossos vizinhos. Eles me perseguem. Vivi um pesadelo durante a internação. Passei muitos dias dormindo direto e tomando remédio. Graças a Deus, eu estou bem", diz Regininha. "Sou da paz, sabe? Quero muito que esse negócio das empadas dê certo. Preciso de dias mais tranquilos", conclui.

Em foto colorida, mulher mostra empadas que está vendendo nas ruas
Regininha diz que precisa de dias mais tranquilos e torce para que novo negócio dê certo - Ana Cora Lima/FolhaPress

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