Rafa Kalimann é criticada por não cantar trechos de samba-enredo que citam Exu
Atriz é musa da Imperatriz Leopoldinense, cujo enredo cita orixá de religiões de matriz africana
Um vídeo da atriz e influenciadora Rafa Kalimann durante um desfile de Carnaval que aconteceu no Rio de Janeiro na sexta-feira (29) gerou críticas a ela nas redes sociais. Internautas apontam que Kalimann não canta trechos do samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense que citam Exu, orixá de religiões de matriz africana.
A escola apresentou o enredo "Ómi Tútu ao Olúfon - Água fresca para o senhor de Ifón" para o Carnaval de 2025. No vídeo que circula na internet, é possível ouvir o trecho que diz: "Ofereça pra Exu… um ebó pra proteger / Penitência de Exu, não se deixa arrefecer / Ele rompe o silêncio com a sua gargalhada / É cancela fechada, é o fardo de dever".
Kalimann, que é musa da Imperatriz Leopoldinense, não reproduz o nome de Exu durante os 30 segundos de vídeo.
Religiosa, a atriz já afirmou anteriormente que trocava palavras do roteiro de sua personagem em "Família É Tudo" (Globo). Ela explicou que não pronunciava a palavra "desgraça", que era proibida em sua casa.
"Não gosto, é muito pesada. É uma palavra que se eu falasse em casa, meus pais diziam 'não fala isso'", contou a um podcast na época.
Com a repercussão do vídeo da atriz desfilando, internautas classificaram a atitude como "falta de profissionalismo" e "preconceito".
"Devia ser proibida uma coisa dessa. A princesa é crente, está participando de algo que a raiz é a religião africana e não canta as partes da música. Francamente, isso é até uma falta de profissionalismo —além do puro preconceito ignorante", escreveu uma usuária do X (ex-Twitter).
"Palhaçada. O pastor dela sabe que ela tá numa festa pagã?", questionou outro.
O F5 entrou com contato com a assessoria de Rafa Kalimann. A equipe afirma que o vídeo é apenas um trecho da participação da influenciadora, que mais uma vez é alvo de ofensas e suposições.
"Sou cristã. E minha fé me ensina diariamente a importância de coexistir com diversas religiões. É uma honra poder desfilar na Imperatriz Leopoldinense e, junto a ela, contar a saga de Oxalá ao reino de Oyó para visitar Xangô, uma jornada linda que ensina valores profundos como humildade, resiliência, perdão e respeito mútuo. Eu canto o samba enredo inteiro da minha escola a plenos pulmões porque minha arte está a serviço de todas as histórias, sobretudo as que precisam ser contadas e que não são as minhas. Espero de coração que a gente possa aprender a valorizar as diferenças e enxergar no outro uma oportunidade de diálogo e entendimento, ao invés de julgamento."
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