Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Celebridades
Descrição de chapéu Todas

Rebel Wilson fala sobre perder a virgindade aos 35 anos e primeiro orgasmo (sozinha) aos 39

Em livro de memórias, atriz australiana conta que seus agentes em Hollywood não gostaram quando ela perdeu peso para ser mais saudável: 'Lucravam com a garota engraçada gorda'

A atriz Rebel Wilson posa para retrato em Nova York - Amir Hamja/The New York Times
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

The New York Times

Há cerca de cinco anos, quando tinha 39 anos, a atriz Rebel Wilson enfrentou um dilema. Ela acabara de ter uma série de sucessos, tendo ganho US$ 20 milhões (mais de R$ 105 milhões) por seus papéis cômicos em "A Escolha Perfeita 3", "Megarrromântico" e "As Trapaceiras". Mas uma visita a um médico de fertilidade a encheu de dúvidas.

Seu peso —na época 102 kg— poderia dificultar a obtenção de óvulos viáveis, sugeriu o médico. Após a consulta, ela ficou arrasada e ligou para seu agente de talentos e disse que planejava ficar mais saudável. Seu agente não ficou muito feliz.

"A agência gostava de mim gorda porque ganhava centenas de milhares de dólares em comissão para cada filme em que eu interpretava a garota engraçada gorda", ela escreve em sua nova autobiografia, "Rebel Rising". Perder peso, ela temia, poderia comprometer seu "papel milionário".

Em "Rebel Rising", que a Simon & Schuster lançou recentemente nos EUA, Wilson detalha suas lutas contra a dependência alimentar e escreve com franqueza sobre episódios íntimos de sua vida. Criada nos subúrbios de Sydney, Austrália, como a mais velha de quatro irmãos, Wilson teve uma infância não convencional: sua família administrava um negócio de produtos para animais de estimação e criava beagles de exposição, e Wilson teve seu primeiro contato com o show business como tratadora júnior de cães aos 8 anos.

O sucesso não veio facilmente. Wilson foi rejeitada cinco vezes pelo Instituto Nacional de Arte Dramática da Austrália e fez testes para quase 30 papéis em Hollywood antes de ser escalada para a comédia "Missão Madrinha de Casamento", de 2011, em uma atuação que lançou sua carreira cinematográfica.

A autobiografia já gerou controvérsias, especialmente seu relato sobre fazer a comédia "Irmão de Espião", de 2016, com Sacha Baron Cohen. Wilson escreve que, durante as filmagens, Baron Cohen a deixou desconfortável ao pedir que ela aparecesse nua no filme (eles contrataram uma dublê). Ela também alega que ele a incentivou, quando estavam caracterizados e encenando uma cena de sexo, a enfiar o dedo em seu ânus, o que ela se recusou a fazer, enquanto outros presentes filmavam o encontro com telefones celulares.

Por meio de um representante, Baron Cohen negou o relato de Wilson. "Embora apreciemos a importância de falar, essas alegações demonstravelmente falsas são diretamente contraditas por extensas evidências detalhadas, incluindo documentos contemporâneos, filmagens e relatos de testemunhas oculares presentes antes, durante e após a produção de 'Irmão de Espião'", disse o representante de Baron Cohen em um comunicado.

Há também revelações surpreendentemente pessoais em "Rebel Rising". Wilson escreve sobre ter perdido a virgindade aos 35 anos e diz que teve seu primeiro orgasmo (sozinha) aos 39 anos. Ela detalha seu relacionamento romântico secreto com uma jogadora profissional de tênis, sua experiência de conhecer e se apaixonar por sua noiva, a empresária de moda Ramona Agruma, e de ter um bebê com uma barriga de aluguel.

Em uma entrevista recente no centro de Manhattan, Wilson falou sobre como sua perda de peso afetou sua carreira e imagem pública, como os beagles de sua família podem tê-la levado a seguir a carreira de atriz e como uma alucinação causada por febre a levou a Hollywood.

A entrevista foi editada e resumida para maior clareza.

No primeiro capítulo, você escreve sobre o medo de que perder peso prejudicasse sua carreira. Você experimentou alguma repercussão negativa ou retaliação por causa da perda de peso?
Houve algumas pessoas que disseram: 'Ah, não achamos mais ela engraçada'. Ou: 'Agora ela me perdeu como fã porque não consigo mais me identificar com ela'. Mas acho que se lerem o livro, entenderão minha jornada com peso e saúde. Obviamente, tenho uma queda por doces. Essa é minha fraqueza. E, em momentos de estresse, eu lidava com isso comendo. Não acho que isso vá embora nunca, nunca.

Quais partes de sua autobiografia você está mais ansiosa para tornar públicas?
A parte sobre perder minha virgindade aos 35 anos. Isso era algo que absolutamente ninguém sabia. E eu pensei: 'Devo colocar no livro?'. Mas então pensei: 'Talvez haja outras pessoas por aí que foram tardias que podem encontrar consolo nesse fato sobre mim'. Porque realmente não havia nada estranho ou errado comigo. Era apenas crescer em um ambiente muito cristão e depois não querer realmente um relacionamento e focar na minha carreira. E então pensei: 'Sabe de uma coisa, se estou fazendo uma autobiografia e escrevendo sobre tudo, vou colocar isso aqui também'.

Você escreve no livro que não contou nem mesmo a Mickey Gooch Jr., seu ex-namorado, que ele foi o primeiro.
Bem, ele foi a primeira pessoa a ler. Então ele sabe agora.

Você descreveu seu relacionamento romântico com uma jogadora profissional de tênis, o que gerou muitas especulações sobre quem era a pessoa. Você se preocupou de alguma forma que poderia estar expondo essa pessoa ou prejudicando sua privacidade?
Há alguns rumores por aí sobre quem é. Mas eu não acho que alguém jamais adivinharia. E eu não quero que a privacidade delas seja violada pelo meu livro de memórias.

Mas é uma parte importante da sua história, em termos da sua descoberta de que você se sentia atraída por mulheres.
Sim. Eu pensei: 'Você não começa a namorar uma mulher da noite para o dia'. Eu não acho que estaria em um relacionamento com a Ramona se não tivesse conhecido a jogadora de tênis. E isso abriu meu coração, eu acho, para namorar uma mulher.

Provavelmente, as manchetes mais importantes que o livro rendeu até agora foram sua descrição de trabalhar com Sacha Baron Cohen, que você diz ter te humilhado no set. Ele contestou sua versão e, recentemente, imagens da cena que não estava no filme e que mostra vocês atuando na cena de sexo juntos, caracterizados, foram publicadas pelo The Daily Mail. O que você acha da resposta dele?
Tenho certeza de que eles nunca vão divulgar a filmagem do iPhone dele me pedindo para fazer isso, para inserir meu dedo no ânus dele, e eu dizendo: 'Não, por que você está fazendo isso? Por que está me pedindo para fazer isso? Onde está o diretor?'. Claro que eles não vão divulgar essa filmagem.

Qual é a sua resposta à negação dele?
Só de conhecer o caráter dele, eu obviamente esperava isso. Eu sabia que ele não ia aceitar isso, provavelmente, 'de boa'. Isso não se trata de cancelar alguém. É parte da minha história —meu livro de memórias. E eu tenho permissão para escrever sobre o que aconteceu comigo e como isso me fez sentir.

Você é muito franca sobre dinheiro e descreve como conseguiu negociar um cachê de US$ 10 milhões para 'A Escolha Perfeita 3', depois de descobrir que o estúdio fez uma pesquisa de mercado que mostrou o quanto as pessoas amavam sua personagem, 'Fat Amy'. Achei refrescante ler sobre o quanto você ganha, algo com o qual algumas pessoas bem-sucedidas não se sentem confortáveis em falar.
Os Estúdios Universal são incríveis, mas eles fizeram muito dinheiro com os filmes 'A Escolha Perfeita'? Sim. Então, apesar de eu amar absolutamente todas aquelas pessoas na Universal, eu usei essa vantagem a meu favor? Sim. E na última hora, eu disse: 'Sabe, é uma oferta adorável de US$ 9 milhões [mais de R$ 47 milhões]. Mas eu preciso de mais um para chegar a 10'. Isso é um grande marco quando você é um ator. Receber uma oferta de oito dígitos, para uma mulher, é enorme. Às vezes, as mulheres não gostam de falar sobre isso. Enquanto eu não acho que os homens tenham problemas em dizer que ganham US$ 20 milhões [quase R$ 105 milhões] por filme.

Há algumas histórias deliciosamente peculiares da sua infância, como sua mãe criando beagles na garagem e os inscrevendo para comerciais e programas de TV. Eu me perguntei se esses beagles foram parte do motivo de você ter entrado no show business.
De certa forma, sim, porque eles eram as estrelas da família. Eles tinham agentes. Minha primeira coisa na TV foi um programa chamado "Burke's Backyard" na Austrália. Os cães foram destaque, e eu estou apenas no fundo, como uma criança. Eu entrei em musicais porque nosso cachorro tinha feito teste para "42nd Street" e não conseguiu o papel, e minha mãe realmente queria saber qual cadela conseguiu. Então fui ver essa coisa chamada "um musical" aos 14 anos, e pensei: 'Uau, isso é muito legal'. Se não fosse pelos cães, eu nunca teria tido essa experiência.
Mas houve muitos momentos na minha infância em que eu ressentia os cães, porque os cães eram as estrelas, e os cães recebiam muito amor e atenção que eu gostaria de ter recebido.

Você também escreve sobre uma experiência estranha que a inspirou a seguir seriamente a carreira de atriz, quando estava morando na África do Sul e contraiu malária e teve uma visão.
Foi uma alucinação completa de que eu era uma atriz e tinha ganhado um Oscar. Mudou toda a trajetória da minha vida. Quando algumas pessoas diziam: 'Mas como você continuou?'. Ou: 'Você sempre parecia ter essa autoconfiança'. Eu dizia: 'Porque eu vi acontecer'.
Eu me agarrei a isso, apesar das constantes rejeições e de como era difícil, começando no teatro e atuando quando havia 10 pessoas na plateia. Mas eu vi que eu ia ser bem-sucedida. E, quando vim para a América, quero dizer, as chances de fazer sucesso na indústria do entretenimento, primeiro no meu próprio país, depois em Hollywood —acho que as chances são maiores do que se eu fosse um cara e quisesse chegar à NFL. É milhões e milhões para um, mas eu achava que era a pessoa certa. Há muitos atores australianos que são muito melhores do que eu e não conseguiram sucesso aqui.

Talvez porque eles não tiveram malária.
Eles não tiveram a visão da malária.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem