Carlos Alberto de Nóbrega sugere que William Bonner pode ter sofrido pressão política por culpa da Globo

O apresentador do SBT Carlos Alberto de Nóbrega, 87, questionou se o posicionamento político do jornalista William Bonner, 59, seria genuíno ou determinado pela TV Globo.

Durante entrevista com a ex-repórter da Globo Michelle Barros, 43, Nóbrega perguntou se "era coincidência todo mundo [no canal] pensar a mesma coisa ou era tendencioso lá de cima". Michelle respondeu que nunca houve imposição de um tipo específico de pensamento para os profissionais na antiga emissora.

"Todas as empresas são empresas e têm seus próprios interesses. Há uma busca por uma objetividade e isenção baseada em critérios, mas somos seres subjetivos e temos nossos conceitos. Nunca foi nada colocado, mas algumas matérias têm um olhar mais cuidadoso da empresa", respondeu a jornalista.

Nóbrega insistiu na pergunta e explicou seu ponto de vista. Ele se disse fã de Bonner e o chamou de "coitado" devido às críticas que recebeu no período das eleições por teoricamente pensar mais à esquerda, principalmente por bolsonaristas.

Em outubro do ano passado, durante uma entrevista no Jornal Nacional com Lula (PT), William Bonner relembrou os julgamentos do ex-presidente na Lava Jato e o fato de ele ter tido suas condenações anuladas. "O senhor não deve nada à Justiça", concluiu o apresentador. Depois, esclareceu que não havia tirado aquilo da própria cabeça, mas baseando-se em decisões fundamentadas pelo STF.

A declaração mexeu com apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que passaram a atacar verbalmente Bonner. Para Nóbrega, "o Bonner sofreu uma campanha, coitado, talvez sem culpa". Em seguida, questionou: "Eu fico pensando: será que ele realmente pensa assim?", emendouWill.

Michelle, então, afirmou que o ex-colega "é muito profissional" e que por estar em evidência talvez tenha recebido mais críticas. "É importante que todo ser pensante saiba que todos os meios de comunicação têm seus vieses, porque são negócios, e é óbvio que eles têm interesse econômico."