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Celebridades

Amigos de MC Kevin rifam carro para comprar casa para mãe do cantor

Veículo, avaliado em R$ 270 mil, era do funkeiro

Seis homens e uma mulher ao centro, todos abraçados
Grupo de amigos do MC Kevin e sua mãe, Valquíria Nascimento - Instagram/novidadesobrefunk
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São Paulo

MC Brinquedo, 19, MC Hariel, 23, e MC Pedrinho, 19, são alguns dos amigos de Kevin Nascimento Bueno, o MC Kevin, que anunciaram a realização de uma rifa de um carro de luxo, que pertencia ao cantor, para comprar uma casa para a mãe do funkeiro, Valquíria Nascimento.

A rifa, anunciada nesta quinta-feira (17), conta com 1.000 números, que podem ser comprados cada um no valor de R$ 1.000. Segundo os amigos do MC, o carro é avaliado em R$ 270 mil. No início desta tarde, o site para comprar os números ficou fora do ar devido ao grande número de acessos.

"Nós estaremos fazendo a rifa do carro do Kevin a mil reais para poder estar comprando a casa da dona Val. Conto com a ajuda de vocês", disse MC Brinquedo no vídeo de anúncio da rifa, publicado no Instagram.

"Sempre o sonho dele foi dar uma melhora para a família", começa MC Hariel, "o que cabe a nós como maior homenagem não é fazer música, não é postar Stories, é de alguma maneira tentar realizar o sonho dele. Eu tenho certeza que se fosse a gente no lugar ele, ele estaria fazendo o mesmo pela nossa mãe."

MC Kevin, morreu, aos 23 anos, após cair do 5º andar de um hotel na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 16 de maio. A informação foi confirmada ao F5 pela secretaria de saúde da cidade. Inicialmente, o Corpo de Bombeiros havia falado que era o 11º andar.

O Corpo de Bombeiros informou que recebeu uma ocorrência por volta das 18h15. De acordo com a corporação do quartel da Barra da Tijuca, o cantor foi levado para o hospital Miguel Couto, na Gávea, zona sul da cidade, em "situação vermelha, ou seja, grave", mas não resistiu aos ferimentos, morrendo pouco tempo depois de dar entrada no pronto socorro.

Nascido na Vila Ede, bairro de classe baixa da zona norte da capital paulista, Kevin cresceu numa família em situação de extrema vulnerabilidade, na qual tudo era "pra ontem”.

A mãe solo, Valquíria Nascimento, se desdobrava para sustentar os cinco filhos. Trabalhava diariamente, em geral em período dobrado, faxinando quartos de um hotel. E contava com um projeto social de freiras, ao lado da escola dos filhos, para o contraturno escolar das crianças, raramente ofertado no sistema público. Vizinhos complementavam a atenção a Kevin e a seus irmãos no restante das longas horas em que a mãe estava fora.

Em casa, faltava um pouco de tudo: desde mistura para o arroz com feijão até um par de tênis para os pés do futuro MC. Por vezes, faltou até o teto, e a família foi despejada mais de uma vez das casas que ocupou.

Apesar das dificuldades, Kevin é lembrado por amigos de infância, da escola e do bairro, como um menino alegre e brincalhão, perto de quem não havia tempo feio. "Ele alegrava todo mundo. Tinha um brilho próprio e um coração enorme", conta Daniel Bony, 37, diretor da escola de samba Unidos da Vila Maria, onde Kevin jogou futebol e participava de ensaios e eventos comunitários.

Foi na quadra da agremiação que o corpo de Kevin foi velado na terça passada (18) na presença da família, amigos e centenas de fãs, que formaram longas filas para se despedir do funkeiro. Muitas coroas de flores e um telão com imagens do artista foram colocados na quadra.

Irrequieto, ia mal na escola, onde tentou se destacar fora da sala de aula criando um grupo de dança dedicado ao hip hop e se arriscando como skatista. A grande paixão, no entanto, sempre foi o futebol. O sonho de ser jogador era, a um só tempo, lazer, passatempo e potencial passaporte para fora da pobreza.

Santista roxo, Kevin era fã incondicional de Neymar Jr., e reproduziu todos os cortes de cabelo do craque que fizeram a cabeça de torcedores jovens como ele. (Em 19 de maio, após a vitória do Paris Saint-Germain na Copa da França, Neymar levou uma camisa em homenagem ao funkeiro: "Descanse em paz, menino").

O laudo do IML (Instituto Médico Legal) do Rio de Janeiro indicou que a causa da morte do cantor foi traumatismo craniano provocado por ação contundente (violenta). O exame toxicológico ainda é aguardado pela polícia que investiga o caso.

Segundo o laudo, ao qual o F5 teve acesso, o músico apresentava três fraturas na região da face --osso nasal, maxilar e mandibular--, e em outras dez costelas, sendo nos "sétimos primeiros arcos costais anteriores a esquerda e três primeiros posteriores a esquerda".

Ainda de acordo com o laudo do IML, MC Kevin apresentava também hemorragia subaracnóidea difusa (no espaço entre o cérebro e a membrana que o reveste) e hemorragia subdural em região occipital (entre o encéfalo e o crânio).

Quanto ao caso, os investigadores ouviram diversas pessoas que estavam no hotel e apreenderam celulares para entender se as versões batem. Foram seis aparelhos coletados, de cinco pessoas: Kevin, sua esposa Deolane Bezerra, a modelo Bianca Dominguez e os amigos Victor Elias Fontenelle (dois celulares) e Jhonatas Augusto Cruz.

Durante os depoimentos, a mulher do funkeiro e a modelo com quem ele estava na hora do acidente chegaram a protagonizar um desentendimento na delegacia. Bianca Dominguez disse, em suas redes sociais, que está abalada e colaborando com as autoridades.

No final do velório do músico, nesta terça (18), Deolane, que se casou com MC Kevin no mês passado, culpou as amizades pelo acidente. “Eu cansei de falar para o Kevin tomar cuidado, abrir o olho. Ele tinha muito amigo falso, sanguessuga. Isso aqui [morte do cantor] é amizade”, disse.

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