Ativista LGBTQIA+ diz que processará Anderson do Molejo por homofobia
Cantor usou termos pejorativos durante live para explicar polêmica
O ativista LGBTQIA+ Agripino Magalhães diz que entrará com um processo entre esta segunda (8) e terça (9) contra o cantor do grupo Molejo Anderson Leonardo. O motivo, de acordo com ele, é homofobia. Leonardo usou termos pejorativos durante uma live para se referir ao MC que o acusa de estupro.
Na live que começou a viralizar nas redes sociais, o cantor chama o MC de “veado” e diz que o jeito como ele se portava e se vestia teriam ajudado para que acontecesse o ato sexual. O cantor diz ter sido consensual.
O bate-papo aconteceu depois de o pagodeiro prestar depoimento, na tarde de sexta-feira (5), na 33ª DP (Realengo), zona oeste do Rio de Janeiro. Outras testemunhas também foram convocadas para prestar depoimento na delegacia, segundo assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio. Foram solicitadas imagens das câmeras do motel onde teria acontecido o fato, que serão analisadas pelos agentes.
“Meus advogados estão preparados para entrar com ação e proibir ele de citar o nome da população LGBTQIA+. Também queremos que o vídeo seja retirado do ar. Se ele percebeu que a vítima quer aparecer que ele prove isso na Justiça e não use termos pejorativos referindo-se à população que sofre todos os dias. Não tem o direito de generalizar a população por um erro dele”, diz Magalhães.
Na live, Anderson voltou a dizer que transou com o MC, mas que não o estuprou. A homofobia está enquadrada na lei 7.716/89, que abrange o crime de racismo social. A pena pode chegar a três anos.
“O processo, quando finalizado, vai ser encaminhado para o Ministério Público. Vamos enviar o processo para o Rio de Janeiro para que possa correr na cidade onde ele mora. Vamos formalizar através da Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância)”, conclui o ativista.
ENTENDA O CASO
Um jovem de 21 anos acusa o cantor do grupo Molejo Anderson Leonardo, 48, de tê-lo estuprado no dia 11 de dezembro de 2020 após o vocalista prometer levá-lo a uma reunião e entrar em um motel no Rio de Janeiro. O boletim de ocorrência foi revelado, nesta quarta-feira (3), pelo colunista do programa A Tarde É Sua (RedeTV!) Alessandro Lo-Bianco. O cantor nega veementemente o crime.
Segundo relatado à polícia, Anderson Leonardo seria empresário da vítima, que tenta carreira de MC, e teria chamado o jovem para uma conversa em particular. Antes de chegar ao local, o vocalista teria dito que pararia o carro para que eles pudessem comer, mas em vez disso, o ludibriou a entrar em um motel.
Ao chegar ao quarto, o cantor teria tirado as roupas e teria dado dois tapas na cara do jovem, que chorava e dizia ainda ser virgem. Ainda segundo relato à polícia, o rapaz afirmou que o cantor teria tomado seu celular e o teria desligado. Em seguida, Anderson Leonardo o teria violentado sexualmente, sem usar camisinha.
Em resposta por meio de suas redes sociais, o cantor Anderson Leonardo nega veementemente o ocorrido. De acordo com nota, ele foi surpreendido com a notícia e não tem qualquer conhecimento sobre o assunto, já que não foi intimado.
O cantor diz ainda que "lamenta profundamente as declarações envolvendo seu nome, refutando qualquer ato de violência contra quem quer que seja, negando categoricamente à acusação completamente falsa de agressão sexual".
O artista ressalta que em mais de 30 anos de vida pública jamais teve seu nome ligado a qualquer ato criminoso ou que viesse a desabonar ou macular a sua imagem e carreira. A nota afirma que Anderson "conhece a suposta vítima, mas jamais praticou os atos veiculados na imprensa". Diz também que tem conhecimento que a suposta vítima já esteve presente em diversas apresentações artísticas dele, "o que demonstra que a narrativa publicada nunca ocorreu".
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