Primeira atriz brasileira indicada ao Emmy, Carol Oliveira diz que já foi confundida com vilã na rua
Depois de série na Disney e filmes, atriz tem novos projetos
Fora das novelas, Carolina Oliveira tem se desafiado no cinema nacional no auge de seus 24 anos. A pouca idade não é empecilho para a mulher que, ainda menina, foi a primeira brasileira indicada a um Emmy.
“Eu não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas achei legal porque iria para Nova York”, brinca ela, que concorria ao prêmio de melhor atriz por sua atuação na série “Hoje é dia de Maria” (Globo, 2005), um de seus primeiros papéis.
“Uma coisa engraçada é que, no dia da cerimônia, fiquei com vontade de fazer xixi e não podia sair do lugar porque iam apresentar minha categoria. Quando anunciaram, eu não venci, mas fiquei aliviada porque podia ir fazer xixi.”
Depois dela, atrizes como Fernanda Montenegro, Adriana Esteves e Lilia Cabral foram indicadas ao prêmio.
Agora, 14 anos mais velha, Carol quer novos trabalhos que a façam ser indicada novamente ao prêmio. Em 2018, estreou como protagonista do longa “Eu, Nirvana”, de Roger Elarrat, onde vive uma personagem que sofre um acidente de barco e fica por mais de um ano em coma, posteriormente descobrindo uma esquizofrenia.
“Acho que foi o papel mais difícil que fiz até hoje. Foi uma personagem com muitas nuances, tive que trabalhar bastante o meu corpo. Pela primeira vez, tive uma personagem com o corpo bem diferente do meu”, conta.
“Quando você fica tanto tempo em coma, você perde os músculos, então tive que emagrecer também. O corpo com coma é diferente do corpo com esquizofrenia. Tive que ter uma preparação bem intensa e pesada para definir todos esses momentos.”
Carol conta que teve um preparador e que experimentou diversas formas de andar, com muleta ou dosando a velocidade de sua respiração.
“Logo que eu recebi o roteiro, vi que era bem pesado emocionalmente. Pensei ‘não posso me envolver tanto assim, se não vou ficar maluca’. Esse trabalho da preparação foi muito bom para eu conseguir me distanciar da personagem. Eu fiz isso totalmente pela respiração: tinha a respiração da Carol e as outras mil da Nirvana.”
A atriz diz ser apaixonada por cinema, e que gostaria de fazer isso durante toda a vida, mas “como uma boa sagitariana”, gosta das mudanças. Por isso, seu portfólio na televisão também é extenso: esteve nas novelas da Globo "Ti Ti Ti" (2010-2011) e "I Love Paraisópolis" (2015), e mais recentemente em "Apocalipse" (2017-2018), da Record.
Em 2006, viveu a vilã preconceituosa Gabriela na novela “Páginas da Vida”, que lhe rendeu alguns desentendimentos com o público.
“As velinhas me batiam na rua. Uma vez, com nove anos, morri de medo pois minha mãe estava no caixa do shopping eu estava sentada, um pouco longe dela. Uma senhora veio falar comigo e fiquei feliz que ela me reconheceu. Mas ela disse ‘menina, você não pode ser assim não. Sua mãe tem que te bater’”, lembra. “Acontecia bastante. Naquela época era mais fácil confundir a personagem com a atriz.”
Em contrapartida, já mais velha, Carol conseguiu trabalhar em um lugar que jamais achou que poderia: a Disney. Na série brasileira “Juacas”, ela interpretou Nanda,
“Acho que todo mundo sempre quis ser uma princesa da Disney, mas não achei que isso fosse possível”, conta. “Nunca tinha feito algo para esse público. Foi a primeira vez trabalhando com uma outra linguagem, o que me ensinou bastante. A gente mostra tudo de uma forma mais leve, então tive que adaptar isso na minha interpretação.”
No seriado, ela conheceu Juan Ciancio, com quem hoje namora há um ano. “O mais legal é que nossos personagens não se cruzam, então não foi uma coisa que aconteceu em cena”, diz. Juan agora mora na Argentina, mas Carol garante que isso não é um motivo de briga para eles. “Estamos nos adaptando.”
O programa da Disney também a fez retornar às suas origens no mar. Fã de esportes, Carol fez aulas de surfe quando criança e acabou parando aos 12 anos por conta do teatro. Para a série, precisou reaprender a surfar e se apaixonou novamente, decidindo fazer aulas no seu tempo livre – inclusive, ela acaba de comprar uma prancha nova.
Além do surfe, Carol inclui em sua rotina aulas de dança contemporânea, Muay Thai e Yoga. “Gosto de testar coisas diferentes. Já fiz nado sincronizado e capoeira. Agora quero pular de paraquedas."
Outra paixão dela pouco conhecida pelo público é a música. Em casa, Carol canta, e toca piano e ukulele. Ela arrisca escrever algumas músicas, mas não pensa em lançá-las por enquanto. “Mas se surgisse um musical, eu ia adorar.”
Por enquanto, a atriz trabalha em projetos ainda não divulgados, mas é precisa ao dizer que quer “continuar fazendo papéis que me desafiem”.
Sonhando alto, sua meta seria trabalhar com Will Smith. “É meu ator favorito desde que sou criança, e cada dia mais. O trabalho dele é incrível e sempre me faz chorar.”
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