Celebridades

Claudia di Moura afirma que Zefa age acuada por máquina do racismo na novela 'Segundo Sol'

Estreante na TV, atriz diz que torce por personagem mais empoderada

Claudia di Moura
Claudia di Moura - Reprodução/Instagram/claudia
 
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Fernanda Pereira Neves
São Paulo

Com mais de três décadas de experiência no teatro, Claudia di Moura, 53, faz sua estreia na televisão em “Segundo Sol”, na pele de Zefa, uma mulher que em muitos pontos poderia ser apontada como a matriarca da família Athayde, se não fosse a empregada da casa. 

“Eu não a condeno, embora saiba que ela tomou decisões no mínimo controversas”, afirma a atriz sobre a personagem, devota ao patrão e amante, e que, além de esconder a verdade dos filhos, teve que escolher entre ficar com o filho branco ou seguir o caminho do filho negro.  

"Sei que tudo que ela fez foi acuada pela máquina do racismo que, não por vontade própria, ela ajudou a operar. Agora eu a vejo aos poucos rompendo os grilhões desse regime escravocrata, aparentemente tão deslocado no tempo e ao mesmo tempo tão atual." 

Baiana de Salvador, assim como sua personagem, Claudia gosta de destacar que nasceu em 1965: “Um ano regido por Mercúrio, astro da comunicação”. Não veio de uma família de artistas, mas teve uma mãe fã da arte, embora nunca tenha decidido ser atriz, já que nasceu com a missão de artista, afirma.  

No teatro fez espetáculos premiados como “As Velhas” e “Policarpo Quaresma” —a peça mais recente é “O Galo”, inspirado na obra de Gabriel García Márquez. Já no cinema fez filmes como “Irmã Dulce”, “Trampolim do Forte” e o mais recente “Tungstênio”.

Após três décadas, ela comemora agora a chegada às novelas, o que lhe garante o maior público de sua vida. “Para mim é mesmo um começo, então estou mais no momento de observar, aprender e trabalhar." 

Claudia conta que já se deparou com muitas Zefas desde o início da trama de João Emanuel Carneiro, pessoas que lhe param na rua e contam como se identificam com a personagem. Mas também comemora a antecipação de sua Zefa, com voz cada vez mais ativa na trama, que chega a repreender o patrão corrupto. 

“Minha torcida é para vê-la cada vez mais empoderada, emancipada e livre do jugo severo de uma sociedade machista e patriarcal. E eu vejo a personagem indo nessa direção, desenhando essa trajetória”, avalia a atriz sobre sua personagem, que chegará a bater em Severo e expulsá-lo de casa. 

Com a novela prevista para terminar em novembro, Claudia diz que pretende se estabelecer no Rio de Janeiro, onde espera fazer novos trabalhos na TV, mas sem deixar os palcos ou seu trabalho como estilista. “Mas se trata menos dos planos que tenho para a arte e mais dos planos que a arte tem para mim”, afirma. 

Mãe de três filhas, ela também afirma estar aberta para o amor, “para todas as aventuras deliciosas que ele dá —sem dramas, sem neuroses”. “Gosto de estar em contato com gente, gente é o que me interessa, me inspira e alimenta o meu espírito, assim como ir ao teatro, ao cinema, a exposições”, afirma. 

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