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Casal de pinguins fêmeas cria primeiro filhote sem gênero no aquário de Londres

Rocky e Marama adotaram um filhote de pinguim-gentoo de quatro meses

O filhote de pinguim do Gentoo com seus pais adotivos Rocky e Mariana - Sea life london/divulgaçao
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Hugo Greenhalgh
Londres

Um casal de pinguins fêmeas deve criar o primeiro filhote de gênero neutro, segundo informou o aquário de Londres, no Reino Unido, nesta semana.

Rocky e Marama, que estão juntas há seis temporadas de reprodução, adotaram um filhote de pinguim-gentoo de quatro meses que não será classificado nem como macho, nem como fêmea, de acordo com o Sea Life London Aquarium. 

“Nossa equipe de atendimento especializado decidiu que seria normal que esse filhote fosse identificado como ‘sem gênero’ pela equipe e pelos visitantes, em vez de seguir a tradição de nomear os pinguins do aquário como machos ou fêmeas”, disse a instituição em um comunicado. “A neutralidade de gênero é uma construção humana, mas é completamente normal no reino animal.” 

A homossexualidade na natureza é relativamente comum, com pares do mesmo sexo tendo sido observados em besouros, golfinhos e ovelhas, entre muitas outras espécies. 

Nos últimos anos, casais de pinguins gays em zoológicos em Londres, Berlim e Nova York chamaram a atenção de jornais pelo mundo, inclusive quando dois pinguins machos chocaram o primeiro filhote sub-antártico do Sea Life Sydney Aquarium, após um teste bem-sucedido com um ovo de mentira. 

Os pinguins-gentoo compartilham as responsabilidades parentais e alimentares igualmente, de modo que há pouca diferença entre pais do mesmo sexo ou de sexos opostos, de acordo com especialistas. 

O Zoológico de Londres, na mesma cidade, abriga três casais homossexuais de pinguins Humboldt —dois de machos e um de fêmeas— entre um total de 95 pinguins, uma porcentagem maior do que os 5% da população humana que estima-se ser LGBT+. 

A homossexualidade também é comum em outras aves marinhas, disse Viola Ross-Smith, porta-voz do British Trust for Ornithology, que pesquisou gaivotas como parte de seu doutorado. “Eu monitorava 400 ninhos por ano e dois deles seriam casais de fêmeas. Era algo que poderia ser encontrado de forma previsível”, afirmou. 

Em partes do mundo, as classificações de gênero estão se tornando descartáveis com banheiros compartilhados e certidões de nascimento neutras em termos de gênero, criando um ambiente mais inclusivo.

Reuters
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