'Gênesis': Dos dramas familiares à riqueza, entenda como será fase de Jacó na novela
Novela bíblica entra em sua sexta etapa a partir desta quarta-feira
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A trajetória de um homem passível de erros e acertos e que ao longo dos anos se transforma e prospera após o reconhecimento de Deus. Essa é a base da história bíblica de Jacó, que começa a ser exibida nesta quarta-feira (7) na nova fase da novela “Gênesis” (Record).
Intérprete de Jacó jovem, Miguel Coelho, 32, diz acreditar que a sintonia com o público será imediata. “Ele é um homem cuja história vai ensinar quem está em casa. Ele acerta e erra, e por isso há identificação. Se muitos personagens bíblicos parecem inalcançáveis, este é mais um de nós”, opina o ator.
A história de Jacó tem altos e baixos e é carregada de dramas pessoais e familiares. Segundo Gerson de Moraes, professor dos cursos de História e Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, há muitos fatos que podem ser utilizados à exaustão na construção de uma narrativa televisiva.
“É o drama da ascensão do herói que em algum momento atinge o ápice e vira sinônimo de sucesso ao prosperar e enriquecer. A história de Jacó é interessante, pois trata-se de um sujeito que desde o nascimento acaba sendo envolvido em polêmicas”, conta.
Segundo ele, o nome Jacó, no hebraico, pode significar tanto “apanhador de calcanhar” quanto “enganador”. Jacó é filho caçula de Isaque (Henri Pagnocelli) e Rebeca (Martha Mellinger), irmão gêmeo minutos mais novo de Esaú (Cirilo Luna). Jacó nasceu agarrado aos calcanhares do primogênito.
E será com ele que Jacó terá seu principal conflito e que desencadeará uma fuga de casa. Rebeca, por algum motivo, tem mais apreço por ele do que por Esaú, e ambos traçam um plano para enganar o filho mais velho e o pai, Isaque, que a essa altura já estará cego.
“Isaque é ludibriado e passa a bênção espiritual de primogenitura para o filho Jacó, algo que deveria ser feito a Esaú. Jacó também consegue enganar o irmão ao oferecer um prato de comida em troca desse direito”, afirma o professor.
O direito de priogenitura era uma espécie de poder concedido ao filho mais velho que herdava muitas das posses do pai. Ele também recebia muitos privilégios e a posição de chefe social e religioso da família.
Porém, depois que descobre que perdeu para sempre o direito e que foi superado por Jacó, Esaú corre atrás do irmão que foge para a Mesopotâmia para morar com o tio Labão (Breno Leonne). Mas quem acabará sendo enganado será Jacó.
Com a promessa do tio de trabalhar durante sete anos para receber a mão de sua filha, acaba ludibriado ao final desse tempo por Labão com a mão de outra filha, Lia (Michele Batista). Dessa forma, Jacó acaba trabalhando mais sete anos para poder ter o amor de Raquel (Thais Melchior), quem ele queria desde o começo.
“Personagem complexo e com muitas surpresas, pois sua vida é uma montanha russa. Há momentos divertidos, alegres, com conquistas, mas muitos outros mostram dramas familiares, briga com o irmão”, conta o ator Miguel Coelho.
No tempo em que trabalha para Labão, a família de Jacó começa a crescer. A esta altura, terá filhos com ambas as esposas e com algumas servas. Os 12 filhos, no futuro, formarão as 12 tribos de Israel. Enquanto Raquel, a preferida, só consegue dar dois filhos a ele, Lia dá sete.
Uma das passagens mais marcantes de toda a trajetória de Jacó é o encontro dele com Deus. Em determinado momento da sexta fase da novela “Gênesis”, ele terá uma briga física com Deus e será ferido próximo à coxa.
Após essa briga, ele mudará de nome e passará a se chamar Israel. “Com essa mudança ele deixa de ser enganador e passa a ser príncipe de Deus”, comenta o professor Gerson de Moraes. Esse será o momento em que Jacó resolverá voltar ao antigo lar para fazer as pazes com o irmão Esaú. Jacó/Israel terá prosperado e estará rico.
“A fase de Jacó é muito rica. Mesmo ele sendo tido como um enganador ele consegue a atenção de Deus. Ele não é perfeito. O público vai gostar muito disso. Não se trata apenas da chegada ao objetivo, mas do caminho percorrido”, reflete Miguel que na história envelhecerá 20 anos.
“Jacó consegue o que mais queria quando não tinha nada. E muita gente que passa por situações difíceis hoje vai perceber que, mesmo no pior momento, podemos conquistar o que queremos. Eu, particularmente, me identifico com a perseverança do personagem”, finaliza Miguel Coelho.
Quando Jacó já for idoso, o filho José será vendido pelos irmãos e disso surgirá a sétima e última fase de “Gênesis”, quando José se tornará uma espécie de ministro do Egito.