Televisão

Maju Coutinho diz que ser a 1ª mulher negra na bancada do JN é simbólico: 'Espero que se torne comum'

Jornalista estreia neste sábado (16) como apresentadora do telejornal

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São Paulo

​Prestes a estrear na bancada do Jornal Nacional, da Globo, neste sábado (16), a jornalista Maria Júlia Coutinho, 40, acredita que o fato de ser a primeira mulher negra a apresentar o telejornal é "simbólico" e "representativo", mas torce para que isso mude em um futuro próximo. 

"Infelizmente, ainda é notícia. Espero que isso se torne cada vez mais comum e, no futuro, a cor da pele de um profissional não seja notícia ou mereça destaque", disse Maju, em entrevista ao F5. "Fico honrada e feliz por fazer parte de uma bancada com tanta credibilidade como a do JN. É um momento importante na minha carreira, sem dúvida."

A jornalista entra para o time de profissionais que se revezam na apresentação do programa aos sábados e feriados, quando os titulares William Bonner e Renata Vasconcellos estão de folga. Se Maju foi a primeira mulher, o apresentador Heraldo Pereira representa a parte masculina na bancada desde 2002.

Pereira participa do rodízio de apresentadores, embora a sua presença tenha sido reduzida desde que ele passou a comandar o Jornal das Dez, da GloboNews. Além dos dois jornalistas, Rodrigo Bocardi, Dony de Nuccio (na vaga de Alexandre Garcia), César Tralli, Sandra Annenberg, Ana Luiza Guimarães, Flávio Fachel (no lugar de Chico Pinheiro), Monalisa  Perrone e Ana ​Paula.Araújo completam o time.

Outras jornalistas negras têm destaque na Globo, como Gloria Maria, que já apresentou o Fantástico e hoje trabalha no Globo Repórter, e Zileide Silva, repórter e apresentadora de telejornais da emissora, como Jornal Hoje, aos sábados. 

Esta será a primeira vez, no entanto, que uma mulher negra assume a bancada do JN. "Entrar para o plantão [do JN] foi uma decisão da direção da emissora, que deixou claro que minha trajetória até aqui me permitiu chegar a esse lugar", afirmou Maju, que.tem quase 20 anos de jornalismo.

Desde que Maju foi anunciada na escala do telejornal na última quarta (13), a novidade gerou grande repercussão na internet. William Bonner deu boas-vindas à colega. Ela disse que o público, em geral, foi carinhoso. "Para bobagens, nem dou ouvidos."

A jornalista Maria Julia Coutinho já foi vítima de racismo em 2015. Na época, ela fez um pronunciamento ao vivo no JN sobre as ofensas: "Os preconceituosos ladram, mas a caravana passa!" Questionada sobre possíveis novos ataques, a jornalista reforçou que racismo é crime. "Se houver agora ou em algum outro momento da minha vida, usarei a lei para coibir como já fiz." 

Conhecida do público por falar sobre a previsão do tempo na segunda edição do SPTV e, desde 2015, no próprio Jornal Nacional, Maju afirma que não pensa no momento em deixar a meteorologia para se tornar apresentadora em tempo integral. "Não penso muito no futuro nem no que virá pela frente. Estou muito feliz com esta oportunidade."

Com a sua ida para o JN, Maju deixa o rodízio de apresentadores aos finais de semana do Jornal Hoje. Segundo a Globo, ela não terá um substituto na atração. "Toda a experiência que tive ao longo da carreira é válida e me ajuda todos os dias, seja a da previsão do tempo, que continuarei fazendo, ou a da bancada do Jornal Hoje."

A jornalista estreou na TV em 2005, na Cultura. Em 2007, ela foi para a Globo como repórter. Passou a fazer a previsão do tempo na emissora em 2013. Além da TV, ela comanda também o programa Papo de Almoço, na rádio Globo, às quintas.