Tony Goes

'Era dos apresentadores' ganha sobrevida com chegada de Marcos Mion à Globo

Poucos nomes são capazes de comandar programa de auditório

Marcos Mion em sua chegada à Globo - Divulgação/Multishow

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Um assunto recorrente nesta coluna é a perda de importância dos programas de auditório, que já foram um dos gêneros dominantes da TV brasileira.

Chacrinha morreu há mais de 30 anos. Gugu Liberato, há quase dois. Silvio Santos, depois de um ano e meio sem gravar, saiu de campo novamente ao contrair Covid-19. Xuxa foi dispensada pela Record, assim como Marcos Mion. Fausto Silva não teve seu contrato renovado com a Globo.

Eram muitos os sinais de que a “era dos apresentadores” estava chegando ao fim. Mas foi justamente a conturbada saída de Faustão da Globo que deu uma chacoalhada no mercado, mostrando que os programas de auditório ainda têm muito público e patrocinadores.

Fausto Silva foi para a Band, onde deve comandar um programa de segunda a sexta a partir de janeiro de 2022. Para tapar o buraco no comando da Super Dança dos Famosos, a Globo convocou às pressas Tiago Leifert, que se saiu bem demais na função.

Pressionada pelo mercado publicitário, a emissora decidiu antecipar para setembro a estreia de Luciano Huck nas tardes de domingo. Para o lugar deste nos sábados, uma contratação que já era aguardada desde o início deste ano: Marcos Mion.

Ainda são obscuras as razões que levaram a Record a rescindir em janeiro passado o contrato com Mion, que iria até o final deste ano. Consta que a relação entre o apresentador e o diretor Rodrigo Carelli andava muito desgastada, especialmente depois que Mion reclamou da produção de A Fazenda 12 no ar.

A médio prazo, a decisão da emissora em se desfazer de Marcos Mion pode se revelar um erro estratégico. A Record praticamente entregou de mão beijada um de seus grandes trunfos à maior concorrente.

Por outro lado, a mesma emissora encontrou em Adriane Galisteu uma profissional capaz de encarar com segurança e simpatia, se não um programa de auditório nos moldes tradicionais, pelo menos um reality show de confinamento. Depois de duas décadas perambulando por todos os canais abertos, a loura parece finalmente ter encontrado sua verdadeira vocação à frente do Power Couple e, em breve, também de A Fazenda.

Enquanto isto, na Globo, o Se Joga será extinto, para liberar Fernanda Gentil para uma nova empreitada. Também se comenta que uma mulher pode assumir o comando do Caldeirão, onde Marcos Mion fica apenas até o final do ano –depois, ele irá conduzir um reality no Multishow.

São tantas novidades simultâneas que fica claro que o universo dos apresentadores está passando por uma grande renovação. É deles o trabalho mais bem remunerado da TV brasileira; ações de merchandising e contratos publicitários fazem com que alguns faturem muitos milhões por mês.

Seria de se imaginar que um posto tão bem pago tivesse vários candidatos, mas não é o que acontece. São poucos os nomes capazes de conduzir reality shows e programas de auditório, e não há um caminho claro para a carreira. Alguns começaram como atores, como Rodrigo Faro ou o próprio Mion. Mais recentemente, houve os que vieram do jornalismo esportivo, como Tiago Leifert e Fernanda Gentil.

Mas será que algum deles se tornará o novo Silvio Santos? Duvido. Além de insubstituível, o dono do SBT também é o símbolo de um estilo datado de fazer TV. Nem mesmo sua filha Patrícia Abravanel ou seu neto Tiago Abravanel são sucessores óbvios.

De qualquer forma, a “era dos apresentadores” continua. Com novas caras e um novo fôlego, mas diferente do que já foi um dia.