'Pantanal': Gabriel Sater reza para conversar com o diabo
Intérprete de Trindade fala sobre o sucesso de seu Cramulhão e vence comparações com o pai
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Voz do Cramulhão que muitas vezes norteia o rumo do enredo da novela "Pantanal", Xereu Trindade explicou, ainda outro dia, por que resolveu se unir ao capeta em vez de prestar contas a Deus. Em diálogo com Tibério (Guito), diz Trindade: "Não sou um peão pagão, um pecador".
"Fui criado num canto de gente muito simples, muito humilde, a gente não tinha o que comer, mas tinha terço toda noite", continua o peão de olhos claros, bonito de doer e aclamado pela sedução, fator que também foi alcançada por Almir Sater, pai de seu intérprete, há 32 anos, na versão original da novela de Benedito Ruy Barbosa.
"Sabe como a gente rezava o Pai Nosso? 'Pai Nosso, que estais no céu, santo infincado seja o vosso nome'... E todo aquele povo agradecendo o pão nosso de cada dia... Eu era só um menino, achava graça da minha mãe e todo aquele povo ajoelhado agradecendo o pão nosso de cada dia, enquanto na mesa daquela casa não tinha pão nenhum, aquela vida era dura demais, passava nem esperança na porta daquela casa, mas o terço não podia faltar."
A tristeza pontua o timbre de voz de Gabriel Sater, o Trindade da vez, um craque das cordas como o pai, protagonista das acolhedoras rodas de viola exibidas ao longo da novela, que são um afago na alma do telespectador. O hit já inspira memes e montagens nas redes sociais sugerindo um spin-off do peão. Fica a dica para o GloboPlay.
A cena em que Trindade explica ao amigo o pacto com o demônio, um clássico na obra de Benedito Ruy Barbosa, segue: "Fui crescendo, ficando velhaco na vida, e me perguntei: nós que rezamos e agradecemos o pão nosso de cada dia e não tem um pedaço de pão em cima da mesa, nós que rezamos o 'Pai Nosso' não devia de sentir fome, você não acha?", pergunta a Tibério.
"Por causa disso que eu nunca mais rezei na vida. Na verdade, quando você estava naquele hospital", diz a Tibério, "naquele morre não morre, gastei uns 'Pai Nosso' pro amigo, rezei pra Deus com consentimento do Cramulhão", conclui.
Sater, o Gabriel, conversou com a coluna por videoconferência e explicou que Trindade o deixa exaurido, no melhor sentido. Sai do set cansado. Ônus do encosto que o diabo lhe promove na ficção? Talvez, mas o expediente tem lhe subtraído horas de ócio. "Eu nunca negligenciei tanto ao meu sono como agora", diz. "Quando a novela acabar, eu durmo."
Ainda envolvido com as gravações da novela, Gabriel está com agenda lotada de shows com sua banda e, spoiler, vem aí um espetáculo inédito em parceria com o maestro João Carlos Martins, com quem gravou "Amor de Índio", presente na trilha sonora da novela. Os dois estarão no Teatro Santander, em São Paulo, nos dias 5 e 6 de setembro, com extensão ao Rio de Janeiro na sequência.
Gabriel também fala sobre o êxito de ter escapado das esperadas comparações com o pai na feitura de seu próprio Cramulhão. E olhe que muitos personagens comentam sobre as falsas semelhanças entre Osmar Prado, Marcos Palmeira e Irandhir Santos, cujos personagens são uma linhagem de avô, pai e filho. Nesse contexto, espanta que ninguém nunca tenha posto em reparo o evidente DNA em comum entre Trindade e Eugênio, o chalaneiro que traz Almir Sater de volta à trama, agora na releitura de Bruno Luperi, neto de Barbosa e, assim como Gabriel, representante da profecia cantada pelo verso que promete que "os filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão", na abertura da novela.
Confira a seguir os principais trechos da nossa conversa
O OLHAR DO DEMO
"Eu me dediquei de uma maneira, como nunca, pra fazer o Trindade, porque eu sabia que o desafio era muito grande, não só porque meu pai fez esse personagem, mas principalmente porque eu queria muito fazer, tem muitas nuances, muitas dificuldades, é hipercomplexo.
Tem muitos desafios, primeiro pela viola: ele é um virtuoso da viola, um violeiro que tem um pacto com o diabo tem que tocar muito bem.
Eu venho de uma escola de violão clássico, violão instrumental, mas viola aprendi recentemente. Esse primeiro ponto foi muito importante desde que eu fiz o teste. Eu comecei a me preparar muito intensamente na viola.
Sou apaixonado por filme de terror, suspense, drama. Meu hobby predileto é ver série, ver filme, desligar do mundo e viver aquele momento, sem celular, sem nada. Intensifiquei ainda mais esses estudos, li muitos livros, li muitas referências pra compor [o personagem]. Quando eu li o texto do Bruno [ Luperi], eu falei: ‘Nossa, que delícia vai ser fazer isso, de ser tomado pelo capeta'.
Bruno tinha me pedido também pra não ir tanto ao céu nem tanto à terra, um caminho dentro de uma linguagem que ele me colocou.
Fui construindo, fui testando, e fui me achando. Cada cena tem uma temperatura, uma frequência diferente, e tem uma pessoa que é fundamental, não digo só no caso específico do Cramulhão, mas no todo, que é a nossa preparadora de elenco, chamada Andréia Cavalcante, assim como Julia Costa [da comunicação], que me atende tão bem. As duas são dois anjos na Terra nesse momento pra mim, e graças a elas eu consegui chegar a lugares que eu não teria chegado."
MESTRES NO SET
"Um dia antes da fatídica cena em que ele pela primeira vez tem uma visão sobre a enchente aqui em Aquidauana, a Andréia [preparadora de elenco] não estava. Eu tinha feito a construção, mas eu queria alguém de fora pra me ajudar, e nesse momento, o Irandhir [Santos] estava por lá. Tenho muita intimidade com o Irandhir, ele é um titã da dramaturgia, fora a pessoa incrível que ele é.
Aí fiquei um tempo com ele antes da gravação, ele foi super generoso. Falei: ‘Tenho essas ideias, o que você acha? Vou por aqui, por esse caminho', apresentei uma partitura cênica mesmo. Eu adoro fazer essa analogia porque venho do caminho musical.
E chegando no set, acho que foi a primeira cena que eu gravei com nosso novo diretor, o Gustavo Fernandes, falei: ‘E aí, Gustavo, com licença, o que você acha? Vamos fazer por aqui?. Ele adorou a ideia, deu algumas dicas também, e então foi um trabalho em conjunto desde a primeira cena.
No segundo dia, já tinha aquela cena específica em que eu contava sobre o pacto.
E foi uma cena que eu mostrei muito pro meu pai, ele adorava aquela cena, me perguntava: 'Vai gravar quando? Quem vai gravar?'
Acho sensacional aquela frase (engrossa a voz): ‘Você toca muito mal, Xeréu’ (risos). E ao mesmo tempo, o Irandhir, com a sua troca, incrível, de mestre, fez crescer ainda mais. As cenas com o Irandhir e o Marquinhos [Palmeira] crescem de uma maneira que tanto me ensinam. São aulas de graça todos os dias.
É uma arte muito nova pra mim, é meu quarto trabalho, eu estou fascinado pela dramaturgia, é uma crescente na minha vida. Tanto que eu fiquei sem fazer shows, voltei na semana passada, que é minha arte mãe —música, shows, amo a adrenalina do palco, isso é viciante mesmo.
Nunca estive tão feliz por poder aprender com esses mestres. O grupo se uniu muito no Pantanal, ficamos amigos de verdade, temos liberdade, e você se sente acolhido pra testar, pra experimentar, os diretores são generosos, são fantásticos."
DE PERDER O SONO
"Vou te confessar: eu nunca negligenciei tanto o meu sono em prol de um projeto como eu estou fazendo em ‘Pantanal’ porque eu tô dormindo muito pouco. Agora eu comecei a dormir melhor, meu olho pode dizer isso. Eu durmo um pouco, já acordo de madrugada pra fazer alguma coisa, meu cérebro já desperta, já quero ler um pouco de texto, eu digo: ‘vou estudar um pouco, só um pouquinho’, aí tem uma cafeteira com um café, e quero estudar mais um pouquinho.
Eu não desligo. Fora que eu tô trabalhando todos os dias, eu não parei um dia desde que começou o projeto, então acho que tudo isso está de certa forma vindo em cena e essa resposta do público para o personagem é muito gratificante, porque estou doando de fato minha vida, meu sono, toda a minha atenção mil por cento pra ele.
Nunca me senti tão cansado, e agora estou recorrendo a mil florais, vitamina, tudo natural, tem me ajudado bem, claro que tem a parcela de não estar dormindo tanto, pelo bem do trabalho. Você tem a chance de fazer uma cena incrível, depois que você vê ela pronta, do jeito que você sonhou, e mais do que você sonhou, você acaba indo um pouco além, e fica pensando naquele produto que vai ficar pra sempre. Eu digo: ‘depois da novela eu durmo’."
CRAMULHÃO, VELHO CONHECIDO
"Eu vi primeiramente como público. Quando eu fiz o teste, eu comecei a rever a novela inteira, fiz um intensivão no YouTube, é uma versão diferente, adorei ver meu pai de novo, foi um frescor reviver esse momento, porque criancinha eu era muito fã, meu pai é meu grande herói.
Na época [de 'Pantanal' original], eu tinha 9 anos e virei mascote da produção, porque passei férias algumas vezes por lá, a Luciene Adami (a Guta) tomou conta de mim, meu pai viajou e me deixou com ela no Pantanal, eu ficava de mascote, levando os itens de uma beira de rio pro outro, porque ficavam as mulheres num canto e os homens do outro. E fui coroinha na figuração do último capítulo da novela original. Então, é muito especial poder fazer 'Pantanal' agora.
Revivi essa novela assistindo o meu pai, agora com outro olhar. Eu queria muito entender como ele fez, fui atrás dele pra ver como ele pensava, isso pra mim é alimento pra alma. Eu sabia que eu ia fazer algo diferente, eu queria muito fazer o meu Trindade. Ele me aconselhou, Bruno [Luperi, autor] me aconselhou, e o legal era buscar o novo.
Isso eu busquei e trabalhei incessantemente, por conta do tempo de produção que a gente teve. A Covid atrasou tudo um pouquinho, e eu vi de forma positiva porque não parei de estudar. Vi mais de 100 filmes do gênero, já tinha visto muita coisa, anotando tudo, buscando ideias, colocações, tanto vocais quanto de corpo, tem uma hora que ele incorpora até uma mudança corporal.
Tem muito diabo por aí que é muito sensual, muito apaixonante, muito cativante, então eu fui por esse caminho mesmo."
OLHAR QUE PENETRA
"O olhar é uma das primeiras ferramentas com que eu me preocupei muito, também tomado, incorporado, porque o Trindade, mesmo sem estar encostado, ele tem um olhar que penetra a alma, ele quer ler você pelo teu olho, se ele te vir na rua, como Trindade, ele quer ter a segurança de um homem que desbrava o Pantanal e o mundo afora no seu cavalo com a sua trouxa de roupa, tudo o que ele precisa está ali, com seu espírito livre.
Tem seu conselheiro, ou conselheira (pode ser uma diaba), mas é muito corajoso, muito seguro de poder viver dessa forma. Ele não tem medo de nada, o medo é que tem medo dele."
SOTAQUE ORIGINAL
"Estou em casa, até demais,. No começo, eu vim até com muito sotaque, eu vi muitos pantaneiros, isso é muito rico pra mim, qual o caminho que eu posso seguir pensando em prosódia, eu falava até um pouco carregado demais, mas é muito bom de fazer. O Pantanal tem nove Pantanais, né? O Pantanal de Corumbá tem um sotaque muito específico, e tem um cantar...
Tem muitas nuances, mas às vezes alguns caminhos não agradam o todo, não agradam uma pessoa específica, então, antes de começar a gravar eu tive um tempo pra ir dosando esses pequenos temperos.
Consegui chegar no meu pantaneiro, que condiz com a novela e que não ficasse caricato."
REZAR É PRECISO
"Eu tenho respeito, porque lidar com energias sobrenaturais, que desconheçam a força, eu sempre respeito. Tanto que antes de começar a trabalhar, tanto antes como depois, eu tenho o meu ritual de orações. Eu sou um homem de muita fé. Não vou dizer que tenho uma religião estabelecida, sigo várias. Não sei se é arrogante falar isso, mas minha boa índole, meu jeito de ser generoso com o mundo, minha boa energia, acho que são o caminho da minha fé."
SEDUÇÃO DO DIABO
"Com certeza. Acredito muito, vejo inúmeras situações, pesquisando. Ouvi vários podcasts a respeito, vários entendidos de várias questões, vi muito material. Como eu não fiz show durante um tempo, eu dividia o meu tempo entre novela e estudos para a novela, mas acabei fazendo um disco novo nesse meio tempo. Eu ia pra casa pra preparar essa parte musical e acabei gravando um disco.
É muito importante essa oração antes e depois, porque eu sinto que depois que eu acabo de gravar, eu fico muito exaurido, eu tenho me preparado muito fisicamente, em termos de malhação, de treino físico, perdi 14 Kg pra viver esse personagem. No final da pandemia fiquei um pouco sem vergonha, fiquei um pouco triste, ficava borocoxô, comi um bolo a mais aqui e ali.
Minha esposa é uma cozinheira de muito mão cheia, Paula também [assim como a madrasta, mulher de Almir]. O nome dela é Paula Cunha, ela é mineira e domina a arte da culinária.
A minha equipe foi gravar com o João Carlos Martins pro clipe de "Amor de Índio" na Serra da Cantareira, e saiu o clipe agora. Gravei no Pantanal e ele gravou na Serra. Com isso, a minha Paula falou: ‘não vou pedir um catering para o maestro, nunca, eu mesma cozinho’. E ela fez um camarão pro maestro! Fiquei de queixo caído, tudo em miniatura, sabe? Porque ela ama cozinhar, é o hobby dela, e ela faz isso muito bem.
E o maestro, a gente sabe que ele é uma formiga, adora comer doce, então ela mimou ele muito mesmo, e isso refletiu na imagem do clipe, ele estava feliz tocando ali."
EM NOME DO PAI
"A sequência do duelo [de violas com o pai, Almir] foi de um capricho incrível. O meu pai, o Davi Lacerda e sua equipe primorosa foram fantásticos na produção. Ficamos quase até as 5h da manhã gravando, foram inúmeras horas, e todos os atores ficaram com a gente horas ali, vibrando, aquecendo aquele duelo. A gente tocou mais de 12, 13 vezes aquele duelo. Chegou uma hora em que o dedo já estava fluindo sem pensar, de uma forma muito curiosa.
Eles não tiraram nada da cena. Muitos falaram que nunca tinham visto algo do gênero em termos de tamanho. Tanto que eles tentaram editar e desistiram. O que eles editaram é que no final da cena, fica aquela disputa de quem ganhou, eu pego o violão, e foi até uma ideia que o meu pai deu, pra tocar uma música de uma lenda da música paraguaia que foi muito importante na fronteira paraguaia, do mestre erudito Agostinho Barros, uma música que meu pai ama que eu toque, e levei anos pra tocar essa música de 1 minuto e 20.
E então eu ganho o duelo e consigo o emprego na fazenda graças a uma música clássica, em uma cena que a gente se inspirou no filme ’A Encruzilhada’. Isso foi ideia do meu pai, através da sua mente brilhante, conversando com a direção, e chegamos a esse resultado que foi um sonho de cena."
COBRANÇA E AUTOCRÍTICA
"Eu sabia disso [que sofria o risco de ser comparado ao pai na performance de Trindade]. Isso foi muito conversado em casa. Meu pai também sabia disso, estávamos preparados pra essa mão pesada, embora eu saiba que a mão mais pesada desse trabalho, a mais crítica, é a minha mesmo. Eu te garanto que ninguém é mais crítico do que eu sou comigo mesmo.
Eu respeito muito a opinião de todos, escuto, analiso. Eu pensei: o que for bom eu uso, o que não for bom eu vou filtrar, mas eu vou construir um novo Trindade, vou arriscar e trazer novas cores, vou fazer o meu, vou me divertir, vou saborear isso aí, e com muito respeito pela obra do Benedito, do Bruno.
Eu sei que tinha uma missão complicada no sentido de pressão, porque para o teste, outros violeiros foram sondados. Então, só de passar no teste já foi um sonho realizado, mas ali começava o verdadeiro trabalho de uma dedicação, por isso eu não desligo."
QUE VENHAM NOVOS PAPÉIS
"Quero conseguir ter a honra de fazer novos trabalhos como ator. Porque eu amo essa arte, é complexa, já vi pessoas de outros meios trabalhando como ator e dizendo ‘ah, é super fácil’. Eu não falaria isso, nunca, pelo contrário: é uma arte que quanto mais eu sei, nada sei.
É que agora eu fiquei um tempo muito longo longe dos palcos e da música. Consegui gravar meu disco ano passado durante a preparação pra novela, então deu tudo certo em termos de timing. Eu sou muito audiófilo. Na novela, tirando a cena do duelo, a grande maioria das vezes a coisa é mais dinâmica, e teve a cena icônica do Renato [Teixeira] que foi muito bem tratada, com muita calma.
Mas muitas vezes a gente sabe que a realidade da televisão é muito dinâmica, então, muitas coisas são feitas em um take, dois takes e já valeu. A gente trabalha pra ter uma chance. Se eu tiver duas é lucro, e três nem se fala.
Além do texto, tenho muito estudo musical diário. Agora mesmo eu vou estudar horas e horas de canto e viola."
SPOILER
Tá incrível esse momento, a procura, os shows que estão acontecendo, estou articulando um show novo, eu já tinha uma show pronto, mas após a novela eu vou desenvolver um show totalmente novo
Além dos meus shows com banda, meu baile, como eu brinco, estou para estrear um show com o maestro João Carlos Martins e orquestra (Bachianas), que vamos fazer nos dias 5 e 6 de setembro no Teatro Santander, em São Paulo. Estou muito feliz com esse novo projeto com o maestro, um sonho, já estamos realizando os ensaios à distância, e vai ter Rio de Janeiro em outubro.
A novela tem me liberado agora nessa última safra de gravações, depois dessa segunda etapa no Pantanal. Fiquei muito tempo lá in loco, não deu pra fazer muitos shows, mas agora, no Rio, é possível ter uma certa liberação pra alguns eventos.
Embora eu ame fazer shows e vou voltar com shows, porque fiquei um tempo afastado, eu quero muito poder trabalhar como ator em outros projetos. Este é meu quarto trabalho como ator. Fiz 'Meu Pedacinho de Chão', fiz o musical 'Nuvem de Lágrimas' com a Lucy Alves no teatro, durante nove meses, somando ensaios e temporadas, e fiz um filme independente , 'Coração de Cowboy', do Gui Pereira, que ganhou mais de 20 prêmios pelo mundo."
A PRINCESA
"É a pergunta de US$ 1 milhão, todo mundo me pergunta isso: se eu vou ficar com a Irma [Camila Morgado]. Eu espero que sim, se não pelo Trindade, torço muito porque a Princesa é de encher os olhos com aquele carisma, fora o tempo dela como atriz."
SPIN-OFF
"A Iinternet tem mandado várias montagens pedindo um spin-off do Trindade, eu nunca tinha pensado nisso, eu adorei tanto a ideia. Fiquei muito tentado. Lógico, puxando a sardinha pro meu lado, mas eu realmente acho que teria argumentos, teria história e repertório pra fazer uma série sobre o Trindade, o sobrenatural, com a parte musical, o prólogo dele, como tudo começou, a base familiar, porque chegou naquele lugar em que a gente poderia ter faroeste, ação, suspense, drama, eu comecei a sonhar porque sonhar não custa nada."
Confira abaixo o clipe de "Amor de Índio", parceria entre Gabriel e o maestro João Carlos Martins, tema de Juma (Alanis Guillen) na nova versão de "Pantanal".