Para que é usado o Antonov 225, o maior avião do mundo?
Quando a aterrissagem de um avião de carga atrai 20 mil pessoas, é algo especial.
Foi o que ocorreu na cidade australiana de Perth no domingo, quando recebeu o Antonov An-225 Mriya.
Trata-se do maior avião do mundo: mede 84 metros de comprimento, tem 88 metros de envergadura (distância entre a ponta das asas) e pesa 280 toneladas sem carga e combustível. É o único exemplar em atividade.
Mercado limitado
Na viagem para a Austrália, o Antonov, que partiu de Praga, na República Tcheca, e fez escalas no Oriente Médio e na Ásia, transportou um gerador de 117 toneladas.
Seu compartimento de carga tem capacidade para 50 automóveis.
O interesse pela chegada do avião provocou engarrafamentos em Perth.
Mas quem precisa de um avião tão grande? O Antonov foi originalmente construído para transportar o Buran, o malfadado ônibus espacial soviético que fez apenas um voo (não-tripulado), em 1988. O que ajuda a explicar também as proporções de seu compartimento de carga: 43 metros de comprimento, 6,4 metros de largura e 4,4m de altura.
"Você não verá essa aeronave com frequência porque o mercado para ela é limitado", diz Laurie Price, especialista da empresa de consultoria aeronáutica Mott MacDonald Aviation.
"A vasta maioria dos tipos de carga aérea (99,5%), pode ser transportada por Boeings 747, mas ainda haverá um mercado de nicho (para o Antonov)".
O Antonov fez seu primeiro voo em 1988 e começou a operar no ano seguinte. Os planos de construir mais unidades foram cancelados pelo fim da União Soviética e o colapso do programa Buran.
A aeronave foi aposentada em 1994, mas voltou a ser usada sete anos mais tarde. Não tem sido usada apenas para fins comerciais e já foi comissionada para operações humanitárias como, por exemplo, o terremoto no Haiti, em 2010, e o tsunami que atingiu o Japão, em 2011.
Com seis turbinas, o An-225 pode carregar até 250 toneladas, uma capacidade de carga muito maior que a de concorrentes como o Boeing 747-800 (140 toneladas) e o Airbus 330 (65).
Mas em uma era marcada pelo aumento na capacidade de navios de carga, não seria mais simples enviar produtos como o supergerador de 117 toneladas pelo mar?
"O custo seria imenso e a operação poderia demorar meses", explica Price. "Você, provavelmente, teria que remover postes de luz das ruas no porto (para fazer o transporte)".
O An-225 perde em envergadura para o "Spruce Goose", o avião desenhado pelo milionário americano Howard Hughes e que fez um único voo de teste, em 1947.
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O Antonov An-225 Mriya pesa 280 toneladas quando está sem combustível e carga, e não 175 toneladas.
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