Brasileiro populariza pão de queijo... na Dinamarca
Um carioca está conseguindo popularizar o pão de queijo mineiro na Dinamarca. Marcos Vinícius Ferreira, 46, vem produzindo e vendendo pães de queijo na terra do patinho feio há quase dez anos.
O negócio começou informalmente, com a ajuda de amigos e o apoio da comunidade de brasileiros, e se transformou numa empresa que atualmente vende cerca de dez toneladas de pão de queijo por mês.
A produção mensal da empresa inclui também duas toneladas de outros petiscos conhecidos dos brasileiros, como coxinhas, empadinhas, esfirras e bolinhos de queijo.
Marcos acredita que um dos segredos para o sucesso do seu principal produto é que ele é uma mistura de dois alimentos que os dinamarqueses adoram: o pão e o queijo.
“É algo cultural, o pão na Dinamarca. Muitos dinamarqueses almoçam pão, jantam pão, e adoram queijo. Então, você imagina se você colocar os dois juntos: um pão que já vem com dois tipos de queijo na massa. Então eles gostam muito e é muito bem aceito".
"Agora o jeito que eles comem é engraçado porque uns comem com maionese, outros comem com marmelada. Mas eles comem a qualquer hora do dia, com cerveja. Inclusive tem gente que come até com comida, junto com a comida, com o prato principal, assa os pãezinhos, bota lá ao lado da comida, e come junto".
Início do negócio foi difícil
Apesar do sucesso alcançado até agora, Marcos conta que estabelecer a firma e introduzir o pão de queijo na Dinamarca não foi nada fácil.
Na fase inicial do negócio, quando os brasileiros ainda eram os seus principais clientes, ele ia de trem, de cidade em cidade, fazer a entrega do pão de queijo.
Marcos avisava aos brasileiros interessados o horário e a linha de trem que usaria para a entrega e quem havia feito encomenda ia para a estação mais próxima se encontrar com ele.
Tudo tinha de ser feito rapidamente: Marcos desembarcava, entregava o pacote e voltava correndo para o mesmo trem para seguir a viagem rumo ao cliente na próxima estação.
“Começar um negócio em qualquer canto do mundo é difícil, é complicado, requer muito trabalho, mas é possível, tudo é possível contanto que você acredite e não desista nunca".
"Mas eu acho que minha maior dificuldade no início, que hoje até é um pouco menor, mas ainda existe, foi entrar no hábito alimentar do cliente. Tem uma diferença grande entre você comer uma vez e adorar e você fazer daquele produto uma parte do seu consumo diário".
Hoje a empresa tem dois veículos: um menor para as entregas em domicílio e outro maior para as entregas aos supermercados.
Para diminuir custos, a produção é feita em grandes lotes por 34 funcionários que são contratados temporariamente.
Empresa assina em breve contrato com rede de supermercados
A empresa tem o nome do principal produto —Herre Østerbrød que, em português, quer dizer “Senhor Pão de Queijo”.
Marcos administra a empresa em parceria com sua esposa, a russa Olga Somova, e é na direção da terra dela que os dois estarão em breve expandindo os negócios.
No final deste mês, eles viajam para a Lituânia, onde assinarão um contrato de exportação de pão de queijo com uma rede de supermercados do país.
Segundo Marcos, a rede pretende vender o produto nos três países bálticos onde tem supermercados - a Lituânia, a Letônia e a Estônia.
O empresário, que estudou Publicidade no Brasil, aposta com entusiasmo na aceitação do pão de queijo nos países bálticos e no potencial do produto no mercado mundial.
“Eu tenho plena certeza de que o pão de queijo tem potencial de se tornar a nova pizza, a nova pipoca porque a aceitação do produto é impressionante.
Por onde o pão de queijo passa, ele vem arrebatando os corações.
Eu vejo a reação de clientes dinamarqueses, suecos, da Noruega, russos, letos, todo mundo se encanta com o pão de queijo”.
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