Malafaia deu 'tiro no pé' ao ir contra Boticário, diz Feliciano
Um "tiro no pé". É assim que a bancada evangélica vê o boicote convocado por Silas Malafaia contra o Boticário. O pastor carioca não deverá ter respaldo das lideranças políticas no segmento, salvo um ou outro desagravo.
Nos bastidores, pegou mal a cruzada de Malafaia contra a marca de cosméticos que divulgou uma campanha com casais do mesmo sexo se abraçando ao som de "Toda Forma de Amor", de Lulu Santos.
O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) é um dos que se opõem ao boicote. ""Foi uma ação isolada de Malafaia. Eu respeito, mas a bancada não se envolveu nisso", diz.
Para Feliciano, "a propaganda não mostra nada demais", e sim "pessoas normais que existem". Ao pedir que evangélicos deixem de comprar produtos da marca, Malafaia teria "dado munição pro pessoal", afirma.
No vídeo em que conclama brasileiros a rechaçarem o Boticário, Malafaia diz que tem "o direito de preservar macho e fêmea, porque essa é a história da civilização humana".
"Quem acabou como bode expiatório fui eu", diz Feliciano. No domingo (7), dia da Parada Gay, seu site foi hackeado e passou a tocar uma paródia de "I Will Survive".
Quem acessou a página www.marcofeliciano.com.br foi recebido com uma fotografia de um Jesus Cristo negro sobre um fundo de arco-íris. Na colagem, o Jesus tinha a cabeça do Carlton Banks, personagem da série de TV "The Fresh Prince Of Bel-Air", interpretado pelo ator Alfonso Ribeiro.
Não é por "inocentar" o Boticário que Feliciano vê com bons olhos empresas que apoiem a causa LGBT.
Como o próprio lembra, ele foi um dos primeiros a se levantar contra a Natura.
A companhia entrou na mira porque é uma das anunciantes da novela "Babilônia" –que, segundo o deputado, atenta contra a família brasileira por incluir um casal de lésbicas formado por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg.
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