'Não tenho bandido de estimação', diz ator Marcelo Serrado
No ar como o golpista Malagueta em "Pega Pega", Marcelo Serrado, 50, acredita que o tema da novela pode ser, de alguma forma, transportado para o momento atual da política brasileira.
Segundo ele, a trama das 19h da Globo vai ser um prato cheio para que o público discuta sobre ética.
"Vale a pena roubar? Já estão roubando ali, Será que não posso roubar aqui? Isso é o que a gente vive, né? E vamos falar sobre esses pensamentos na novela", diz o ator.
'O que acontece no Brasil é uma coisa cultural e cabe a nós como cidadãos, por exemplo, não subornar o guarda, não jogar papel no chão. São pequenas atitudes. Vamos abordar isso de forma divertida', acrescenta.
Na novela, seu personagem é um concierge e mentor do roubo ao Carioca Palace Hotel. Com a ajuda dos colegas de trabalho Julio (Thiago Martins), Sandra Helena (Nanda Costa) e Agnaldo (João Baldasserini), ele leva quarenta milhões de dólares do cofre do estabelecimento.
A verdade é que nenhum deles jamais pensou em cometer um crime como este antes, e o fizeram por diferentes razões pessoais.
Para Serrado, no entanto, não há justificativa. 'É como falo: não dá pra defender ninguém. Eu não tenho bandido de estimação'.
FASCÍNIO POR VILÕES
Marcelo Serrado é daqueles atores que parece se encaixar em qualquer tipo de papel, mas não esconde sua preferência. "As pessoas adoram vilões, e eu também. Prefiro interpretar vilões a mocinhos. Claro que tem mocinhos bons, o mocinho que o Mateus [Solano, que interpreta o empresário Eric] está fazendo é muito bom, muito bem escrito'.
Para dar vida a Malagueta, ele conta que participou de workshops e fez pesquisas para entender melhor como funciona a dinâmica dos trabalhadores de hotel.
Serrado também aprendeu a jogar dardos. Mas esse é apenas um elemento devido a personalidade calculista do Malagueta: sempre objetivo, pragmático, matemático. 'Ele é divertido, e eu estava com saudade de fazer algo assim tão leve', garante.
PRÓXIMOS TRABALHOS
Ainda este ano, Marcelo Serrado vai estrelar também o filme "Polícia Federal - A lei é para todos", sobre a Operação Lava Jato.
Na produção, que tem estreia prevista para 7 de setembro, ele vai interpretar o juiz Sergio Moro. Segundo ele, o filme teve 950 cópias e pode ser considerado o maior lançamento do cinema nacional nos últimos tempos.
E o que ele faria se realmente fosse o juiz Moro? "Eu prenderia geral. Sem partido. Eu falaria: pega, pega", brinca.
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