Tony Goes

Fernanda, o verdadeiro macho-alfa do "BBB13"

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Esta frase, repetida ontem durante a final do "BBB13", talvez seja a que melhor define Fernanda Keulla. A mineira foi a grande vencedora desta edição do programa. E, como talvez nenhum outro campeão, misturou tino de jogadora profissional com emoção genuína.

A paixão avassaladora pelo "príncipe" André, por exemplo, sempre me pareceu um teco exagerada demais. Criar um boneco para substituir o amado quando ele foi eliminado, então, foi puro teatro.

Mas o público se deixou levar. Deu a vitória à moça com cerca de dois terços dos votos, um dos maiores porcentuais da história do "Big Brother". E ela parecia verdadeiramente surpresa quando Pedro Bial anunciou seu triunfo.

Ah, o público. O diretor Boninho bem que tentou. Trouxe de volta alguns veteranos, inventou pegadinhas, fez de tudo para agitar a "nave". Algumas coisas não deram certo. Outras nem tiveram tempo de fracassar: o querido público rejeitou-as de cara.

Os candidatos mais divertidos foram os primeiros a sair. Logo no primeiro mês, a casa ficou sem vilões. De certa forma, cumpriu-se a ameaça sempre presente daquilo lá se transformar num clube de amiguinhos.


Um habitat ideal para alguém como Fernanda sobressair. Formada em direito, era evidente que ela é mais preparada e madura do que a maioria de seus colegas de confinamento.

Também conseguiu participar intensamente de todas as atividades propostas, rejeitando a neutra passividade escolhida por Natália.

Ao mesmo tempo, não dividiu opiniões. Apesar de algumas "copadas", seu comportamento ficou longe do destrambelhamento de Kamilla ou da combustão espontânea de Maroca, duas ex-favoritas que rapidamente caíram em desgraça.

Aos poucos ela assumiu as rédeas do programa e passou a impor sua agenda. Será que tinha consciência disso? Será que sabia que era a mais querida pelos espectadores?

Fernanda Keulla foi a verdadeira protagonista deste morno "BBBcrazy". No futuro, esta versão do "reality" será lembrada como "o ano da Fernanda", assim como já temos "o ano do Alemão" ou "o ano do Jean Wyllys".

Primeira loura a faturar o prêmio principal, ela se junta à pequena galeria formada por Cida, Mara e Maria. Incrível pensar que, em 13 edições do "BBB", só quatro foram vencidas por mulheres.

E Fernanda, mais do que suas companheiras de glória, soube encarnar como ninguém o perfil do "macho-alfa". Espelhem-se nela, candidatas a candidatas. As inscrições para 2014 já estão abertas.


Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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