Existe manipulação no "BBB"?
Antes de mais nada, quero deixar uma coisa bem clara. Já disse isto em outras colunas sobre o assunto, mas não custa repetir: o "Big Brother Brasil" não existe para redistribuir renda nem promover a justiça social. É um programa de TV: sua função é entreter o espectador, e pouco além disto.
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Se fosse absolutamente justo e democrático, o "BBB" teria que dar chance a todos os milhares de inscritos. O que seria, evidentemente, impossível: há muitas peneiras até que a produção escolha os 16 ou 18 felizardos de cada ano, e inúmeras razões que influenciam essa escolha.
A principal é o carisma e a desenvoltura do candidato. Beleza, charme, simpatia, juventude: tudo isto pesa muito. O próprio público rejeitou a maioria dos concorrentes que fugiam desse padrão.
Claro que simpatias pessoais também devem pesar. Somos todos humanos: às vezes vamos (ou não) com a cara de alguém sem nenhuma razão objetiva.
Volta e meia pipocam acusações de que o diretor Boninho ou o apresentador Pedro Bial teriam seus queridinhos lá dentro da casa. A edição para a TV aberta privilegiaria tal jogador e prejudicaria o outro. A ex-BBB Morango, que assina um blog sobre o "reality" no UOL, já disse com todas as letras que isto acontece, sim.
Se acontecer mesmo, não é grave. Editar o "Big Brother" não é fácil: o pobre montador precisa construir um fio de narrativa e identificar heróis e vilões. Se não conseguir fazer isto, o programa corre o risco de só mostrar um bando de amigos tomando sol.
Outra acusação bem mais séria é a de que determinadas provas seriam manipuladas para dar a vitória a este ou aquele competidor. Foi o que aconteceu na noite de ontem, quando as redes sociais explodiram em críticas à cronometragem da prova que deu a liderança a Kamilla.
Segundo alguns internautas, o verdadeiro vencedor teria sido Nasser. O relógio teria simplesmente adulterado os resultados. Outros dizem que foi um problema de programação do equipamento. Procurada, a Globo não se manifestou.
Sou cínico o suficiente para preferir uma roubadinha no jogo que mantenha o programa minimamente interessante do que uma lisura total que acabe eliminando os participantes mais divertidos.
Mas o fato é que o "BBB", como qualquer "game show" da TV, precisa manter um mínimo de credibilidade. Regras confusas e frequentemente quebradas não ajudam. Suspeitas de manipulação também não, é óbvio. Mas elas vão sempre existir, mesmo que totalmente infundadas. Afinal, somos todos humanos.
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