"BBB13" chega à metade sem favorito nem vilão
É possível ganhar um jogo sem jogar?
Explicando melhor: é possível alguém vencer o "Big Brother Brasil" sem fazer força? Ou melhor, dando a impressão de que não se está fazendo força?
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Nas primeiras edições do "BBB", o público puniu exemplarmente quem parecia interessado demais no prêmio. Tampouco teve piedade para com aqueles que se comportavam como mafiosos, jogando "brother" contra "brother". Só os santinhos mereciam chegar à final.
Isto não acontece nos outros países onde o programa é exibido. Na Argentina, por exemplo, os espectadores geralmente preferem o mais canalha de todos os candidatos. O "Gran Hermano" é um covil de serpentes, sem o alto astral que o diretor Boninho imprime no "BBB".
Nos últimos anos, os participantes do programa têm perdido o pudor de dizer que estão lá pelo dinheiro. Ainda assim, costuma vencer aquele que seduz a audiência com uma história pessoal.
Foi o caso de Maria, do "BBB11", que encantou o país com seu drama romântico: rejeitada por Mau-Mau, ela encontrou um amor puro e verdadeiro nos braços de Wesley. Não importa que o casalzinho tenha se separado assim que a campeã pôs a mão na grana.
É por isto que quase todos os concorrentes tentam engatar romances dentro da casa. Os poucos que têm coragem de exibir uma personalidade mais forte não costumam ter vida longa, Que o digam os veteranos Dhomini e Yuri, rapidamente defenestrados do "BBB13".
A estratégia oposta --transformar-se numa planta decorativa-- costuma chegar mais longe na competição. Mas parece que o público também está se cansando dela. Marien foi expulsa nesta terça com 51% dos votos, um número expressivo para um paredão triplo. Só porque não soube impor sua personalidade.
Isto me faz temer pelas chances do Trio Ternura: Nasser, Andressa e Ivan. Os três são pessoas boníssimas. Vivem aos abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim, e ainda levam altos papos-cabeça com os demais concorrentes. Acham que só o amor constrói.
Mas será que o público está gostando de tanta melação? Difícil saber. Até o momento, só um deles foi para a berlinda: o coxinha-creme Ivan, que sobreviveu porque sua rival era a rejeitadíssima Aline. Nasser e Andressa ainda são virgens de paredão.
Nenhum dos três veste a carapuça de vilão. Por outro lado, nenhum dos três conseguiu desenvolver uma narrativa cativante. E Andressa ainda tem o tal do namorado "lá fora", o que pode fazer com que parte da audiência a veja como adúltera.
Já estamos quase na metade desse "BBB", e ainda não há um favorito. Por um lado, isto é ótimo: nada como um jogo indefinido para segurar o interesse. Por outro, tanta indefinição se traduz num certo embaço. Não temos por quem torcer. Nem pró, nem contra.
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