Tony Goes

No sofá

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Foi um Carnaval marcado por desastres. Nos sambódromos eles foram inúmeros: carros alegóricos trombando com postes, desmaios e quedas de passistas, princípios de incêndio, atrasos e até uma tragédia real em Santos.

Tantos enguiços acabaram contaminando a cobertura dos desfiles pela Globo. A emissora já deu show em anos anteriores, mas desta vez não faltaram câmeras mal posicionadas, excesso de merchandising e escolas vistas pelas costas.

O pior eram os comentários incessantes, quase todos desnecessários. Deu vontade de apertar a tecla SAP.

E eis que, no meio desse povo, o Papa renuncia. A TV brasileira se viu acometida de esquizofrenia aguda: os bonecos de Olinda se revezavam na tela com sóbrias entrevistas de padres e bispos.

Enquanto isto, o SBT cobria pela enésima vez o carnaval baiano, e mesmo assim se comportou como um turista de primeira viagem.
Já a marginalizada Rede TV! fez uma cobertura das margens da folia e elegeu como musa Inês Brasil, a inacreditável bailarina que conquistou seus quinze minutos de glória depois de tentar pela quinta vez uma vaga no "BBB".

Com peitos gigantescos e sobrancelhas toscamente desenhadas, a moça mistura tiradas vulgares com louvações ao Altíssimo de um jeito que só seria possível no país que lhe empresta o sobrenome. Inês Brasil também é um desastre --mas divertidíssimo. Alô alô, graças a Deus.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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