"Operação-abafa" não impediu a eliminação de Dhomini do "BBB13"
Então o Dhomini saiu mesmo. E nem foi tão apertado assim: com 54% dos votos, 8% a mais do que a rival Anamara. O fator decisivo deve ter sido mesmo o "causo" do cachorro desdentado a machadadas, mas não dá para ter certeza.
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Digo isto porque boa parte do público pode nem ter ficado sabendo da celeuma. Os candidatos não repercutiram a história dentro da casa. Ela também não entrou para a animação de Maurício Ricardo, que faz um resumão da semana.
Pedro Bial sequer tocou no assunto ao recepcionar o recém-eliminado. Foi só mais tarde, ao conversar com jornalistas, que o vencedor do "BBB3" se deu conta do motivo que pode ter contribuído para sua eliminação.
Repetiu-se, em menor escala, a "operação-abafa" do ano passado. O suposto estupro de Monique por Daniel no "BBB12" só foi mostrado no pay-per-view. Apesar da gritaria nas redes sociais, a edição do programa ignorou o tema solenemente no dia seguinte. Foi só quando o escândalo já havia tomado proporções gigantescas, com a chegada da polícia, que a Globo admitiu o fato.
Dessa vez o caso foi bem menos grave, é verdade. Teria acontecido há muitos anos e soava tão inverossímil que muita gente suspeitou que não passava de uma patacoada. Uma rápida investigação policial concluiu que não havia nada a ser investigado.
O próprio Dhomini chegou a dizer, no domingo, que nada daquilo era verdade. Só teria contado esta fantasia assustadora para "tranquilizar" Yuri, tido por ele como seu mais forte oponente no jogo. De fato, a imagem mental de um cão tendo os dentes arrancados a golpes de machado é tão tranquilizadora que poderia ser usada como um mantra budista.
E aí surge a suspeita de que ele teria sido orientado pela produção a desmentir o caso. Marcelo Arantes, do "BBB8", garante que foi isto mesmo o que aconteceu. Dhomini teria sido chamado ao confessionário, longe das câmeras, e brifado sobre a reação do público à sua tirada, tão espirituosa.
Esta seria a razão, inclusive, pela qual o goiano teria preferido se afundar em sua cama e perder a festa do último sábado. O que, ironicamente, pode ter lhe custado o emparedamento no dia seguinte: muitos "brothers" disseram que votavam nele porque Dhomini estaria "isolado" do resto do grupo.
Será que houve manipulação? Será que a direção do "reality" tentou segurar Dhomini lá dentro? É bem possível. E nem acho isso ruim: o "BBB" precisa ter regras claras, é lógico, mas, antes de ser "justo" (põe aspas nisto), também precisa ser uma bom programa de TV.
Dhomini era um dos elementos-chave desta edição, marcada pelo confronto entre calouros e veteranos. Sua saída, somada às de Aline e Bambam, sem dúvida que enfraquece o elenco da "nave".
Mas quem disse que ele não volta? O "Big Brother" americano teve regresso de eliminados, e Boninho adapta muitas de suas ideias de lá. Talvez seja disto que se trata o "BBB Vai e Volta": o eterno retorno dos que saíram, numa competição sem regras rígidas e sem final à vista. Teremos paciência para tanto?
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