Tony Goes

Se o "BBB" fosse meu

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Só fui assistir ao meu primeiro "Big Brother" no ano passado. Convidado a assinar uma coluna diária sobre o programa na "Folha.com", vi quase todos os episódios na TV aberta, vários na TV paga e inúmeros trechos do "pay-per-view" disponíveis na internet. E ainda fui criticado por muitos leitores por não passar 24 horas por dia em frente à TV, testemunhando absolutamente tudo o que se passava na casa.

Também fui malhado por ser virgem no assunto e não conhecer direito as regras do jogo --que, aliás, mudam o tempo todo. Mas o olhar de marinheiro de primeira viagem me permitiu algumas surpresas, e no final me flagrei gostando mais do que imaginava ser possível.

Agora começou o "BBB12", e eu já me considero um veterano. Tudo me passa a sensação de "déjà vu": a casa, os participantes, as provas. Tenho a impressão que muita gente concorda comigo, pois ainda não vi esta edição bombar de comentários na internet.

Talvez seja apenas porque ainda estamos no comecinho. Daqui a pouco as personalidades se definem melhor e escapam dos rótulos que a produção insiste em colar nelas. A coisa esquenta quando a edição encontra uma narrativa: caretas versus modernos, amores não correspondidos, o que seja.

Depois de tantas horas na "nave" (detesto essa expressão), me sinto autorizado a dar uns pitacos. "BBB" é como a seleção brasileira: todo mundo tem seus palpites, e é óbvio que também tenho os meus. Aqui está o que eu faria para o programa melhorar:

- Proibiria terminantemente os gritinhos de "wuhuu". Quem desrespeitasse a regra seria prontamente eliminado.

- Obrigaria os rapazes a usarem camisa mais tempo. Quase todos no elenco atual são brancos, sarados e cobertos de tatuagens: nas tomadas em grupo, fica difícil identificar quem é quem.

- Repensaria as provas de resistência. Ano passado cheguei a fazer campanha contra elas na minha coluna, alegando que são um exercício de sadismo e que não rendem bons momentos de TV. Mas o longuíssimo calvário que abriu o programa deste ano até que rendeu, com seu final dramático e imprevisível. O resultado deve influir no primeiro paredão --aposto que a chatinha da Jakeline estará nele.

- Escalaria um homem gay bonito. Por que todos até hoje precisavam ser tão feios? Sim, eram inteligentes e interessantes, mas nenhum arrancou da mulherada aquela frase clássica: "ah, que desperdício"

- Proibiria o Bial de citar clássicos, fazer poesia ou elaborar charadas em latim. "Trash" divertido é aquele que se assume como tal.

Enfim, o "BBB 12" ainda está em sua primeira semana. Ainda dá tempo da coisa engrenar. Ou de mudar de canal, é claro.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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