Um mimo de musical: 'Sou Toda Coração' com Débora Duboc
Em meio aos musicais grandiloquentes, com grandes cenografias e elencos numerosos que enriquecem a vida artística dos palcos paulistanos, surge uma espécie de "mimo musical", escrito e dirigido pelo sensível Elias Andreato, protagonizado pela multitalentosa atriz Débora Duboc.
"Sou Toda Coração", título inspirado em poema de Vladimir Maiakósvski, canta o amor em suas mais diversas formas e caminhos. Débora canta encontros, desencontros, paixões e desamores transitando com delicadeza entre o extremo romantismo de Domenico Modugno ("Dio Come Ti Amo"), um visceral Chico Buarque ("Gota D'Água"), o deliciosamente popular Waldick Soriano ("Eu Não Sou Cachorro Não"), o contundente Walter Franco ("Canalha") até o lirismo de Jards Macalé ("Poema da Rosa").
Mais do que cantar, a atriz vive cada momento musical com muita intensidade ou muita leveza, de acordo com a canção. Entre uma cantiga e outra surge um novo 'causo de amor'. E aí ainda tem lugar para Ataulfo Alves ("Meus Tempos de Criança"), Caetano Veloso ("Coração Vagabundo"), Max Nunes ("Bandeira Branca"), Cazuza ("Preciso Dizer Que Te Amo") e até para a divertida "Isto é Lá Com Santo Antônio", de Lamartine Babo.
Mas a atriz não está só em cena. Para dar vida a todas essas canções e algumas mais, Jonatan Harold a acompanha com virtuosismo no piano, no acordeão e na percussão, quando necessário. Talento e carisma reunidos no jovem músico, que, além de contracenar com Duboc e assinar a direção musical do espetáculo, em certos momentos consegue executar piano e percussão ao mesmo tempo.
A cenografia de Laura Andreato é simples e de extremo bom gosto. A iluminação de Elias Andreato e André Acioli envolvem cada canção com um refinado acabamento. O belo visagismo ficou ao encargo de Fabiana Akamine. "Sou Toda Coração" é todo coração.
O "musical intimista que festeja o amor" está em cartaz somente às quartas e quintas-feiras no Teatro Itália (SP), para uma curta temporada.
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