Com Marcelo Adnet e os pais na primeira fila, Dani Calabresa foi ao "Programa do Jô" (Globo) desta terça-feira (12).

"As três únicas pessoas que aguentam ouvir as mesmas histórias e conseguem simular que é engraçado", brincou Dani à respeito de seu "fã-clube". "A gente ama muito vocês dois", retrucou Adnet, "então essa reunião a gente não podia perder de jeito nenhum". "Meu Deus, agora não é mais uma entrevista, é uma suruba!", rebateu Jô.

Com Dani e Adnet como ouvintes, Jô elogiou a nova geração de comediantes que surgiu após um período de ostracismo. "É como cantor de ópera, não é a toda meia hora que surge um Caruso", comparou o apresentador.

"Eu sou tão sua fã, Jô! Eu tô tão nervosa, com tanto frio, tremendo... vão pensar que é mal de Parkinson. Não, é emoção, gente", brincou Dani antes de completar segurando a caneca: "Tomara que tenha vodca aqui dentro".

Dani conta que sempre teve apoio dos pais com sua profissão. "Eles são maravilhosos nisso. Eles são supertradicionais, só que são modernos: eles dão risada de palavrão, vão no show e não ficam horrorizados", mas revela as dificuldades de ser uma comediante mulher no meio de homens.

"Mulher comediante é uma coisa muito engraçada, porque eu tenho a sensação de que o homem tem permissão social para falar palavrão, arrotar, soltar pum, e mulher tem que ser uma lady. A mulher não pode, a mulher que faz isso é louca. A mulher comediante tem a mesma credibilidade de um homem manicure", arremata.

A resposta leva a conversa para o tema "profissões improváveis para homens ou mulheres" e desembarca na depilação. "A virilha completa inclui o 'toba', gente. Ela pega, mete o palito no toba e pá, arranca a tampa da alma! Você não sabe se faz um B.O., se chama a polícia, mas ainda tem de agradecer, porque ela marca teu rosto, você vai ter que voltar dali a um mês e ela te judia mais, né? É, meu filho, mulher sofre", conclui.

"Como foi a sua primeira vez?", perguntou Jô, ainda sobre a depilação. "Saiu um filho lindo", respondeu rápido a comediante.

O novo "Zorra" também esteve em pauta. "Para mim uma das mudanças mais importantes é não ter a risada gravada. Eu fiz com risadas gravadas e sem gravadas. Mas, realmente, a pessoa ri em casa. Você está fazendo ali, se está engraçado, não precisa alguém rir por você", observa Jô.

Em um dos quadros a comediante dá tapas no rosto de um colega. Jô então pede para ela demonstrar a "técnica" em seu rosto. Dani titubeia, mas Jô insiste em que ela dê de verdade. Ela dá e comenta: "A gente vai fuçar esses sites de fofoca e vai estar: Dani Calabresa agride apresentador! Esses desgraçados da internet, olha! Não têm um talento. Inventa logo, vai".

A comediante conta que o seu "Calabresa" vem desde quando era monitora infantil e, graças ao seu sotaque meio italiano e meio de Santo André (SP), as crianças começaram a chamá-la de "Tia Pizza", "Tia Calabresa". Sua estreia no teatro foi aos 5 anos de idade fazendo o anão Dunga de "Branca de Neve", vivida por sua irmã mais velha.

"Eu era muito tímida e não queria, mas minha mãe e minha irmã me empurraram. E em algum momento eu fiz alguma coisa que as pessoas riram e eu me senti bem no palco. Eu senti prazer em fazer as pessoas rirem. O palco é viciante, é um prazer estar no palco", confessa Dani Calabresa.

Para encerrar, Jô mostra o trailer de "A Esperança É a Última que Morre", em que Dani vive a repórter Hortênsia. O filme deve estrear apenas em 10 de setembro.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"