Renato Kramer

'Fui o grande corno do país', relembra Cássio Gabus Mendes em novela com Glória Pires (outra)

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Na série "Grandes Atores" (Viva) desta quarta-feira (22), Cássio Gabus Mendes homenageou seu pai, o novelista Cassiano Gabus Mendes: "Ele morreu muito cedo, mas meu pai está no meu coração todo dia junto comigo", declarou o Evandro de "Babilônia" (Globo).

Cássio lembrou de sua carreira na televisão desde as primeiras novelas na Globo, incluindo a estreia em "Elas por Elas" (1982). "Foi a primeira vez que eu tive esse dia a dia profissional mesmo e foi marcante. Todo o começo é muito marcante, é muito especial. Quando você tá no começo, não tem muito senso da responsabilidade no sentido de enxergar a importância do personagem. E isso é bom, porque você fica mais solto", confidencia. "Depois veio uma sequência que emendou um trabalho no outro, e isso me deu uma certa segurança", acrescentou.

"Champagne" (1983), "Livre para Voar" (1984), "Ti-Ti-Ti" (1985), "Roda de Fogo" (1986), "Brega & Chique" (1987), "Vale Tudo" (1988), "Tieta" (1989) e "Meu Bem, Meu Mal" (1990) vieram na sequência.

Cássio aproveitou também para elogiar seu tio, o ator Luiz Gustavo. "Ele é um dos principais atores brasileiros. Aprendi muito com ele, realizei uns dois ou três trabalhos consecutivos com ele, acho ele um professor. Ele tem um domínio e um carisma muito grande", declarou.

Uma das parcerias marcantes da dupla foi na novela "Ti-Ti-Ti", quando Cássio atuou como o filho de Victor Valentim (Gustavo). "Subi uns dois degraus, se é que a gente pode colocar assim, de segurança no trabalho", confessou.


O ator então falou de "Vale Tudo", novela que pode ser considerada a mais marcante de sua carreira por diferentes motivos. "Eu fui o grande corno do país naquela época!", brinca, ao lembrar como seu Afonso sofreu nas mãos da pérfida Maria de Fátima (Glória Pires), que o traía com César (Carlos Alberto Riccelli).

O verdadeiro interesse romântico de Afonso na novela era a doce Solange, interpretada por Lídia Brondi, que acabou se casando com o ator.

"As coisas aconteceram e estamos aí até hoje juntos. Quando você pisca, já são mais de 20 anos. E é muito bom quando você encontra uma parceira dessas, companheira, que conhece muito bem como funciona a nossa profissão."

Um dos trabalhos preferidos do ator aconteceu logo depois de "Vale Tudo", com "Tieta" (1989). "É um dos trabalhos que eu mais gosto de ter feito. Me sinto totalmente privilegiado, porque às vezes você fica rotulado na televisão, e eu tive a oportunidade de fazer personagens que me ofereciam caminhos bastante diversos", ressalta.

Nos anos 90, sua prolífica carreira continuou com praticamente um trabalho por ano, incluindo séries: "Anos Rebeldes" (1992), "O Mapa da Mina" (1993), "Tropicaliente" (1994), "Explode Coração" (1995), "A Vida Como Ela É" (1996), "A Indomada" (1997), "Mulher" (1998), "Terra Nostra" (1999) e "Você Decide" (2000).

Tanto quanto não acreditou de imediato quando Gilberto Braga o convidou para protagonizar "Anos Rebeldes" (João Alfredo), o ator demorou para realizar o convite para viver Chico Mendes em "Amazônia, de Galvez a Chico Mendes" (2007). "Pra cair a ficha, demorou uns dois dias", relata Cássio.

"Foi uma das experiências pessoais mais importantes da minha vida", confessa o ator. "Eu tive a oportunidade de viver, durante um determinado momento, numa realidade muito longe da minha: fiz uma vivência no Acre e fui pro meio do mato com pessoas da mata. Foi uma experiência impressionante."

Em 33 anos de carreira, o ator lembra que nunca ficou um ano fora do ar. "Isso mostra primeiro que me sinto bastante requisitado por vários diretores, vários autores, e isso é um motivo de orgulho muito grande, me faz sentir capacitado na minha profissão. Pode ser que daqui a alguns anos eu diminua o ritmo, mas parar, acho complicado, não dá, não!", conclui.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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