Renato Kramer

Reprise do 'Programa do Jô' relembra homenagem a Regina Duarte

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Impossível não destacar a homenagem que o "Programa do Jô" (Globo) fez para a atriz Regina Duarte na entrevista de 31/8/2012, reprisada nesta segunda-feira (18).

Jô Soares deu início ao bate-papo com a eterna "namoradinha do Brasil" relembrando que teve o privilégio de dirigi-la no clássico "Romeu e Julieta" (William Shakespeare) e que chamaria no telão um colega de elenco que queria cumprimentá-la.

Para surpresa de Regina e dos telespectadores, aparece o correspondente da Globo em Londres, o jornalista Renato Machado, que chegou a ser o Romeu da Julieta de Regina em algumas apresentações. O jornalista pergunta à atriz sobre as possibilidades de serem montados esses grandes clássicos no Brasil de hoje.

"O Renato me impressionava muito pela inteligência, era articuladíssimo, culto, informado, bacana...boa gente!", declara Regina antes de responder: "Eu acho que a gente tem tudo para montar esses espetáculos". Jô retruca rapidamente: "Menos verba! Antigamente o teatro se pagava com a bilheteria, hoje em dia é quase impossível!". A atriz concorda com o apresentador: "Só com a bilheteria não paga absolutamente, fica sempre no vermelho!".


Jô chama então no telão o ator e diretor Daniel Filho, que quer saber de Regina Duarte como faz uma atriz para conseguir manter o sucesso fazendo tantos papéis diferentes e avançando na idade.

Regina, comovida, responde com humildade: "Eu acho que essas coisas vão acontecendo... tijolinho por tijolinho, você vai construindo, sem ficar pensando a longo prazo. Você não pode ficar pensando no futuro nem olhando muito para o passado. Tem que se concentrar neste trabalho de hoje, de agora, e dar o máximo!", concluiu.

Mas são flashes do passado da atriz apresentados no telão que contam como foi que, "tijolinho por tijolinho", Regina se tornou a rainha da televisão brasileira: "Irmãos Coragem" (1970), "Caso Especial: Nº 1 (1971), "Dibuk - O Demônio" (1972), "Selva de Pedra" (1972), "Carinhoso" (1973) —cujo par romântico foi Cláudio Marzo, o ator com quem ela mais contracenou.

"Com quem você não contracenou?", pergunta Jô. "Você acredita que mesmo estando na mesma novela ('Irmãos Coragem') eu não contracenava com o Tarcísio Meira? Éramos de núcleos diferentes", revela Regina. Já com Glória Menezes, dividiu cenas gloriosas como as de Maria do Carmo (Regina) e Laurinha Figueroa (Glória), em "Rainha da Sucata" (1990).

E o desfile de trabalhos de Regina Duarte continua no telão: "Chanel Nº5" (1978), "Série Aplauso - O Santo Inquérito" (1979); "Malu Mulher" (1979) —"a teledramaturgia nunca mais foi a mesma depois de Malu Mulher", comenta—, "Sétimo Sentido" (1982), "Joana - O Fruto Verde" (1984), "Roque Santeiro" (1985) —"a operística Viúva Porcina", diz—, "Vale Tudo" (1988), "Retrato de Mulher" (1993), "Por Amor" (1998) e "Chiquinha Gonzaga" (1999).

Claro que essa foi apenas uma pequena amostra do currículo da atriz, considerada em pesquisa a mais popular do país. Não foi à toa que ganhou o apelido carinhoso de "a namoradinha do Brasil": Regina Duarte.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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