Renato Kramer

Saudade do tempo em que não se anunciava tanto os próximos capítulos

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Foi-se o tempo em que os protagonistas de novelas se casavam no último capítulo e "eram felizes para sempre". Ao que tudo indica, Laerte (Gabriel Braga Nunes) não terá essa sorte.

O capítulo desta terça-feira (15) de "Em Família" (Globo) acabou no exato momento em que o bipolar noivo de Luiza (Bruna Marquezine) levou um tiro de Helena (Julia Lemmertz) —que tentava salvar a filha de mais uma crise histérica de ciúmes do músico.

Consta que o desequilibrado não morrerá desta vez. Mas todos os sites novelísticos —que não são poucos—, já estão anunciando que no final, que acontecerá na próxima sexta-feira (18), ele não escapará.

O fatídico casamento acontecerá, por pura teimosia da mimada Luiza, mas na saída da igreja Laerte levará um tiro, certeiro desta vez, da sua nova pupila Lívia (Louise D'Tuani), que não suportará ver o seu amado se casando. Diz-se que o autor Manoel Carlos já bateu o martelo nesse final. E aí eu me dou o direito de ser bastante saudosista: bom o tempo em que não se anunciava tanto os próximos capítulos e ainda tínhamos a oportunidade de nos surpreendermos com o desenlace de uma novela!

Mas o tiro ainda pode sair pela culatra. O autor, sabendo que já anunciaram aos quatro ventos como deve ser o final da sua trama, pode ainda surpreender a todos e mudá-lo! Sabe-se que por vezes são gravados até três finais diferentes para tentar ludibriar os "furos noticiosos" de plantão.


Um final bem interessante seria se, ainda no altar, Laerte deixasse Luiza de lado e fugisse com Helena que nunca deixou verdadeiramente de amá-lo e a quem ele também estaria se enganando, buscando-a na própria filha, pela excessiva semelhança entre as duas. Ninguém jamais esperaria que isso acontecesse. Nem nós, nem eles.

Shirley (Viviane Pasmanter) ficaria linda, loura, rica e só e, para o karma não terminar, o seu filho Leto (Ronny Kriwat) ficaria com Luiza, que entraria em depressão profunda por ter sido largada no altar e o noivo ter fugido com a sua própria mãe. Bota final infeliz nisso!

Virgílio (Humberto Martins) seria consolado por Ana (Cláudia Mauro), que sempre arrastou um bonde por ele, e ambos voltariam para a fazenda em Goiás. Para complicar um pouquinho mais e dar um certo peso no final, o avião em que o casal " sessão da tarde" Chica (Natália do Vale) e Ricardo (Herson Capri) viajassem para Miami poderia cair. Trágico demais? Ficção é ficção.

E para acabar com qualquer resquício de harmonia "Em Família", Nando (Leonardo Medeiros) poderia perder-se da filha Bia (Bruna Faria) —"como cortar pela raiz se já deu flor, como inventar um adeus se já é amor", entra de imediato a voz de Sandy Leah— em um passeio na Disney e Juliana obviamente surtaria ao saber do desaparecimento da menina ("como cortar pela raiz....") e seria internada numa clínica psiquiátrica.

Sem saber de nada, a perversa Branca (Ângela Vieira), em viagem de lua de mel com Gabriel (Miguel Thiré) encontraria Bia ("como cortar...") e a adotaria, mandando-a estudar na Europa, onde mais tarde se formaria em psiquiatria e voltaria ao Brasil para dirigir a clínica onde encontraria a sua antiga madrasta Juliana, envelhecida e solitária. Ela olharia para Bia e "como cortar pela raiz se já deu flor" —a reconheceria pela trilha sonora.

Felipe (Thiago Mendonça), é claro, voltaria a beber e perderia o direito de exercer a medicina, tendo que ir para Goiás pedir abrigo para Virgílio. Silvia (Bianca Rinaldi) o deixaria e, desgostosa, largaria a medicina para seguir direto para a Portugal protagonizar uma nova versão de "A Escrava Isaura" (Lerê, lerê...lerê, lerê, lerê).

Enfim... São tantas as possibilidades e há muita especulação. É melhor deixar o Maneco decidir, afinal a novela é dele. O final verdadeiro de "Em Família" nós conheceremos já na próxima sexta. Falta pouco.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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