Renato Kramer

'Brincava com cobras quando era pequena', diz Elke Maravilha em programa de TV

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O "Agora é Tarde" (Band) desta quinta-feira (10) entrevistou a exuberante e célebre jurada de programa de calouros Elke Maravilha. E ela respondeu tudo na lata. "Não tenho segredos", afirmou Elke.

Já de início Elke mostrou que não iria dourar a pílula. Quando Rafinha Bastos agradeceu a sua presença em seu "humilde programinha", Elke já soltou: "Humilde? Não gosto de humilde! Humildade traz subserviência e corrupção, não gosto!". E foi mais longe: "Porque no nosso Brasil têm pessoas que fazem da sua pobreza e da sua subserviência um instrumento de se dar bem. Eu gosto dos modestos", concluiu.

Sobre falar do seu passado, Elke observou: "Eu tenho uma história rica, mas todo o mundo já sabe!". Sobre se era loucona desde jovem, Elke afirmou: "Eu sempre fui o que eu sou, como todo o mundo. Só que eu tenho coragem de mostrar o que eu sou, e tem gente que esconde o que é". E acrescentou: "Nesse ponto eu tive sorte de nascer na Rússia. Porque o russo não tem medo de mostrar que é mau. Aqui a gente faz sempre a linha 'ai, como eu sou bonzinho', politicamente correto...". Elke veio para o Brasil com apenas 6 anos de idade.


"Eu brincava com cobras quando era pequena. Eu pego em cobra que é uma beleza!", brincou a atriz. A plateia reagiu e ela não deixou barato: "Essa que vocês estão pensando eu já não pego mais porque eu não tenho mais tesão", esclareceu. "Eu ouvi esse papo que a Elke não transa mais", comentou Rafinha. "Eu não tenho mais tesão de periquita, vou ficar fingindo?! Eu sei que tem gente que gosta de fingir, mas eu não. Eu já brochei", confidenciou a ex-jurada que, do alto dos seus 69 anos de idade, se negou a fazer reposição hormonal.

Poliglota, a atriz confessa que muita gente já a confundiu com travesti. "Já viram até meu pau!", conta Elke sem pudores. E relata uma divertida passagem na qual um cidadão sem saber foi contar para o seu primeiro marido que saíra com ela e que confirmara que ela era homem. Ao que o seu ex comentou: "Gozado, passei sete anos e meio casado com ela e não percebi!". Mas salientou que não se sente ofendida quando a chamam de travesti: "Eu sou madrinha dos gays com muita honra e muito carinho desde que me conheço por gente!".

"E se te chamarem de David Luiz você fica ofendida?", perguntou de supetão o apresentador. "Não, eu fui preparada para perder" respondeu a atriz sem pestanejar. "Aliás, nós devíamos ser mais preparados para perder", opinou Elke sobre as reações recentes frente ao resultado dramático da seleção brasileira no jogo contra a Alemanha. E relembra uma observação da sua mãe, que era alemã: "o brasileiro é muito mais talentoso, mas perde porque é fraco emocionalmente".

Sobre os seus bons tempos de jurada, a atriz lembra com carinho mesmo é do "Velho Guerreiro". "Chacrinha era gênio, tanto no palco quanto fora dele...se hoje estivesse vivo seria completamente moderno e contemporâneo...atemporal!", afirmou categórica. Já quanto ao seu carinho por Silvio Santos, com quem trabalhou também como jurada: "Não, nunca teve. A gente não conversava. De vez em quando havia um tipo de desrespeito...então, não tenho", confessou Elke. Mas não quis se alongar muito nessa história. Rafinha ainda tentou saber mais: "Que tipo de desrespeito?". "Desrespeito...você sabe o que é desrespeito!", tentou cortar a entrevistada.

Mas o apresentador insistiu: "Você lembra de um desrespeito?". "Lembro de desrespeito com o Pedro de Lara (colega de júri já falecido)...porque é a tal coisa, eu não posso obrigar ninguém a gostar de mim, ninguém pode, mas respeito é tão bom, né?". "Desrespeito tipo grosseria?, instigou Rafinha. "Sim, sim...mas isso não me importa mais não", cortou Elke.

"Pobre do Silvio Santos", comentou Rafinha, "ele tá assistindo o programa agora e tá falando assim: mas eu gostava tanto da Elke!". A atriz não se fez de rogada e retrucou rápida e enfaticamente: "Mentira, não gostava não. Gostava não!".

Quanto aos planos para logo mais, Elke não se mostrou muito animada: "O plano era morrer com 65, inclusive eu fui hospitalizada, fiquei alguns dias na UTI, mas os deuses não deixaram eu morrer. Aí eu falei: é, eu estou fazendo hora extra!". No final a atriz voltou para encerrar o programa cantando. Não precisava.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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