Renato Kramer

'Eu só fico embriagado fora das horas do sexo', diz o apresentador Amaury Jr.

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O "Programa Amaury Jr." (Rede TV) entrevistou nesta quarta-feira (2) o jornalista Marcos Nogueira, que lançou o livro "Sociedade Secreta do Sexo" - o luxo e a lascívia das orgias mais exclusivas do mundo.

"É possível no Brasil viver como escritor não sendo o Paulo Coelho?", quis saber logo de início o apresentador. "Eu espero que sim", respondeu Marcos, " e estou apostando bastante nesse livro porque eu acho que é um tema que interessa a bastante gente".

"O que você quer mostrar com o livro?", perguntou Amaury, "que existe um submundo do sexo que a gente ainda não conhece?", completou. "Eu acho que submundo é uma palavra um pouco forte. O que eu quero é dizer que existe uma parcela da sociedade que participa desse tipo de coisa, pessoas como eu, como você, que frequenta festas, clube de swing, mas que ainda é tudo muito secreto porque eles não gostam de se expor", explica Nogueira.


E dá exemplos de incoveniências: "Se o vizinho, o cara da padaria ou um colega de trabalho souber que essas pessoas frequentam esses lugares, elas vão passar a sofrer preconceito. Então elas se organizam em redes sociais próprias, em círculos fechados", esclarece o autor.

"E isso está crescendo cada vez mais?", questionou Amaury. "É difícil ter estatísticas porque não há nada oficial, não existe um censo dessas pessoas, mas com a internet a coisa ficou mais palpável, você consegue achá-las. Antigamente elas se comunicavam apenas por caixa postal ou pessoalmente. Hoje com a internet, a coisa ficou mais global", explica Marcos.

O jornalista conta para o apresentador Amaury Jr. como chegou a participar de sua primeira festa em Côte D'Azur (França), por ter conseguido contato com o organizador. "E como era a festa?", Amaury parecia muito curioso. "Bem, os homens estavam de "black tie" e as mulheres de vestidos de festa" – e, segundo Marcos, todos eram obrigados a usar uma máscara veneziana. Até então tudo muito normal, com garçons servindo salgadinhos e champanhe.

À meia-noite rolou um show de "sado-maso" no salão principal e logo em seguida foi liberada uma escada que levava para o mezanino, onde havia quartos com o ambiente todo preparado para as pessoas fazerem sexo. "Mas quem escolhia quem?", perguntou Amaury bastante interessado. "Aí é como uma corte entre pessoas", respondeu tranquilamente Nogueira, "só que é entre casais. Um casal se aproxima de outro casal que achou interessante, conversam e...". "Entendi", cortou Amaury Jr.

"Basicamente é um swing chique?" sugeriu o apresentador. "Mas não dá pra chamar só de swing. Existe o casal que não quer trocar de parceiro, mas quer se exibir fazendo sexo para os outros verem, existe o sujeito que leva a mulher para vê-la transar com dez caras em seguida...". "Tudo isso tá no livro?", cortou Amaury. "Tudo", responde Nogueira.

"Seria isso um caminho que se abre cada vez mais para as pessoas realizarem as suas fantasias?", perguntou Amaury. "Eu ainda acho que esse não vai ser o caminho para a maioria das pessoas porque envolve uma carga emocional muito forte. A pessoa precisa estar disposta a se expor e, na maior parte dos casos, precisa se desapegar do próprio parceiro – e isto é uma coisa que a maioria não está disposta a fazer", argumenta Marcos.

"E a homosexualidade, feminina e masculina?", quis saber o apresentador. "A feminina não só é aceita como é estimulada. Já a masculina não é aceita com muita facilidade na maior parte desses grupos. Parecem fingir que esse tipo de coisa não existe", afirma o autor. "Você participou de quantas orgias para escrever o livro?" "Umas sete ou oito. Na da Riviera Francesa o ingresso custava 500 euros!".

"Eu sei que no México existem resorts que realizam essa prática", comentou Amaury. "No México, na Jamaica...tem em vários lugares", respondeu Nogueira. "E no Brasil?" quis saber o apresentador. "Em São Paulo, o bairro de Moema é um polo de swing", afirmou Marcos, "e tem vários em outros lugares do Brasil". "E para a desinibição, rola droga, alguma coisa?", perguntou Amaury. "Droga eu nunca vi, se eles usam fazem escondido e o álcool é consumido muito moderadamente, porque se você pretende se dar bem fazendo sexo, é melhor que você não esteja muito embriagado", lembra Nogueira.

É quando Amaury Jr. aproveita para dar o seu depoimento pessoal, não sem antes mostrar-se um tanto decepcionado ao saber que Marcos Nogueira não lembrava ter visto se havia "viagras à vontade" para os convidados: "Eu só fico embriagado fora das horas do sexo. Nessa hora eu tô muito sóbrio!".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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