Renato Kramer

'Que Família!' seria um título mais adequado à trama do horário nobre da Globo

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Sim, a atual novela das nove da Rede Globo "Em Família" deveria se chamar "Que Família!".

Claro que ninguém é santo, ninguém é demônio, e todas as famílias têm as suas mazelas. Mas a dessa Helena de "Em Família" está batendo o recorde no quesito encrenca.

Já começa pela própria Helena (Julia Lemmertz), que se casou por culpa e manipulou o marido que até então era totalmente "zen" vontade própria. Ela e Virgílio (Humberto Martins) formam um dos casais mais chatos já vistos na teledramaturgia brasileira. Até na separação ele está se deixando manipular pela dominadora Leninha.

O irmão Felipe (Thiago Mendonça) é um perigoso médico alcoólatra, que só resolveu se tratar depois de ter colocado em risco a vida de uma criança. A mãe Chica (Natália do Vale) parece ter voltado à adolescência ao conhecer o seu novo "príncipe encantado" Ricardo (Herson Capri), o ex da perigosa Branca (Ângela Vieira). A tia Selma (Ana Beatriz Nogueira) então, que nunca foi com a sua cara, "despirocou" de vez.


A jovem tia Juliana (Vanessa Gerbelli), que até andava mais calma, agora grávida voltou a ficar descompensada e bipolar - basta mexer com a sua filha adotiva que "como cortar pela raiz se já deu flor", já canta Sandy Leah e é o que basta para ela desmoronar.

Para a outra irmã, a Clara (Giovanna Antonelli), que aparentemente levava uma vida mais tranquila - com o belo e apaixonado marido Cadu (Reynaldo Gianecchini) e o querido filho Ivan (Vitor Figueiredo), o destino resolveu pregar uma peça: despertar o seu até então adormecido lado "bi", ao conhecer a envolvente fotógrafa Marina (Tainá Müller).

Como se não bastasse tudo isso, a sua única filha Luiza (Bruna Marquezine), que herdou o seu caráter forte e dominador, se apaixonou pelo único homem do mundo que não devia: Laerte (Gabriel Braga Nunes) o primeiro e mal resolvido amor da sua vida, que a deixou plantada no altar do qual ela jamais desceu.

Aliás, o mesmo homem que é a maior paixão da vida da sua arqui-inimiga Shirley (Vivianne Pasmanter) - a podre de rica "mulher da cobra", que, com toda a sua loucura, no frigir dos ovos ainda é a personagem mais interessante dessa mulherada toda. Talvez por não pertencer à família.

"Em Família"? Que Família!

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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