Renato Kramer

'Eu tenho preconceito', confessa mãe sobre a bissexualidade da filha em 'Em Família'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Depois do tão alardeado "beijo gay", chegou a vez de desvendar os mistérios da bissexualidade no horário nobre. No capítulo desta segunda-feira (12) de "Em Família" (Globo), Clara (Giovanna Antonelli) se abre com a mãe Chica (Natália do Vale).

Ao escutar uma conversa telefônica de Clara com Marina (Tainá Müller), Chica resolve esclarecer a situação. "Eu já desconfiava disso mas eu não queria acreditar", começa ela. Reza a lenda que mãe sempre sabe das coisas em relação a seus filhos.

"Você está tendo uma relação homossexual com essa moça?", pergunta Chica ainda incrédula. "Não, não teve nenhuma relação... Até agora", responde Clara no susto. Chica questiona abertamente: "Você deixou de ser hétero para ser homossexual?". Se a sabedoria popular prega que ninguém deixa de ser gay para ser hétero, o inverso seria possível?

"Talvez eu seja os dois", responde Clara com tranquilidade. "Bissexual?", pergunta a mãe. "É", retruca simplesmente Clara. "O que é que você sente?", quis saber Chica entre atônita e surpresa. "Amor. Eu amo os dois. Eu estou dividida, eu sinto pelos dois o mesmo desejo", esclareceu a filha.


E Chica, como sempre acontece nesse tipo de descoberta, tentou achar um motivo palpável: "Será que isso aconteceu porque você e o Cadu (Reynaldo Gianecchini) estavam em crise?". "No começo pode ser", concordou Clara, "mas agora não: eu sinto amor mesmo. Eu não consigo imaginar que para ter um eu preciso perder o outro", confidencia ela.

Chica, espantada com a sua própria postura em relação a tudo que está ouvindo, desabafa: "Quando é que eu imaginei na minha vida que eu ia ter uma conversa dessas!". Será que alguma mãe imaginou?!

E o autor (Manoel Carlos) encerra a conversa de mãe e filha dando um belo recado. "Sabe, Clara", declarou Chica com dificuldade, "Eu já desconfiava. Eu queria falar com você mas eu não encontrava palavras e me vinha o discurso do preconceito. Porque eu tenho preconceito... Eu não queria ter, eu tenho vergonha, mas eu tenho preconceito", confessa Chica.

"Quem sabe agora, começando pela minha família, fique mais fácil de me livrar dele?", argumenta a mãe e pede um abraço para a filha em cena de forte emoção. Nunca é demais lembrar que preconceito nenhum é bom. "Não" a todo e qualquer tipo de preconceito.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias