Renato Kramer

Choro e saia justa marcam entrevista do cantor Netinho no 'De Frente Com Gabi'

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O cantor baiano Netinho, que se recupera de um sério problema de saúde que o manteve preso a uma cama de hospital por um longo período, foi o entrevistado do "De Frente Com Gabi" (SBT) deste domingo (23).

"Você diria hoje que morrer, se isso tivesse acontecido, é uma passagem indolor?", perguntou Maria Gabriela ao cantor que acabava de narrar o seu recente trauma. "Sem dúvida. Penso dessa forma", concordou Netinho.

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"Você teve visões?", quis saber a jornalista. "Tive", respondeu sem titubear o cantor. "De quê?", questionou Gabi. "Em primeiro lugar eu nunca pensei em morrer nesse período inteiro. Por mais que eu tivesse chegado perto da morte, eu nunca pensei: Ah, vou morrer!", confessou Netinho.

O cantor contara que, após um ensaio de meia hora com a sua banda no seu estúdio de gravação em Salvador, sentiu forte dor na virilha e não conseguiu mais caminhar. Foi levado para o hospital e diagnosticado com um tipo de doença rara que costuma dar em atletas. Voltou para casa e na mesma madrugada retornou ao hospital com dores terríveis, onde permaneceu internado.

Ao fazer uma biópsia do fígado, teve complicações sérias porque o órgão já estava inflamado. O quadro complicou a ponto do cantor ser desenganado pelos médicos. "Mandaram chamar a minha família pra me ver antes de eu morrer!", conta Netinho.

Foi então que resolveram transferi-lo para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde também chegou a ser desenganado. "Eu vivi momentos incríveis ali no Sírio", comentou o cantor. "Você se refere às tais visões?", pergunta Gabi. "Chamar aquilo de visão é simplificar muito", explica Netinho e começa a chorar.

"Quer que eu mude de assunto?" perguntou Gabi preocupada, "Eu não quero que você sofra aqui, pelo amor de Deus!". "Eu não consigo consigo falar muito que eu choro", confidenciou Netinho visivelmente abalado e interrompeu a entrevista um instante. "Nunca contei isso pra ninguém. Não consigo contar, é muito forte!", explica o cantor entre lágrimas. Gabi lhe alcança lenços de papel e tenta serená-lo: "Vamos acalmar", pede a jornalista com carinho.


Então o cantor lhe conta como era descrente em Deus e o quanto essa experiência mudou a sua cabeça. "Antes de tudo isso acontecer, eu era um darwinista quase convicto, discutia com meus amigos, questionava o Deus católico, enfim... Vivia buscando algo. Então tudo mudou", declarou Netinho.

"Quando é que você pira a ponto de tomar anabolizante?", pergunta Gabi quando percebe que o seu convidado se recuperou. "Antes de qualquer coisa eu queria dizer que cometi um erro ao tomar anabolizante, e assumo todo o erro e a culpa disso. Assumo e assumi também todas as consequências. Não quero culpar ninguém, porque ninguém me obrigou a tomar anabolizante!", afirmou o cantor.

"O meu maior sonho agora é correr", confidenciou o cantor baiano que escapou de três AVCs e de duas cirurgias no cérebro durante o longo período de internação hospitalar, que girou em torno de sete meses. O seu maior medo? Parar de cantar.

Quase no final da entrevista, uma rápida mas marcante saia justa se fez presente.

"Eu adorei uma frase que você disse numa entrevista: eu gosto de meninos e meninas", comentou Gabi. Ao que o cantor retrucou ligeiro: "Essa frase foi atribuída a mim. Não fui eu quem disse". "E isso te causou problemas quando foi noticiado?", indagou a apresentadora. "Eu quero pedir desculpas a você, mas não vou falar sobre isso", informou Netinho.

"Comentei uma vez sobre isso num momento que achei que devia e foi único. Página virada de um passado longínquo. Não quero mais falar sobre isso", concluiu Netinho. E fechou-se em copas. "Estou feliz de ter você aqui", encerrou Gabi com todo o seu "savoir faire".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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