Renato Kramer

Espetáculo "O Rei Leão" encanta com suas cores, música e magia

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A música original de "O Rei Leão" envolve dois grandes craques: Sir Elton John e Sir Tim Rice, ambos agraciados com o Oscar da Academia e, independentemente disso, dispensam qualquer apresentação.

As versões brasileiras não poderiam ficar em melhores mãos: Sir Gilberto Gil. Sob a regência precisa da diretora musical Vânia Pajares, músicos da melhor qualidade valorizam cada canção ou intervenção instrumental do espetáculo.

A luz rica em detalhes e nuances transforma os figurinos, as máscaras e as esculturas animadas num verdadeiro universo de magia e encantamento. Tudo isso idealizado pela também premiadíssima diretora Julie Taymor. Gustavo Vaz assumiu como diretor residente no Brasil, assim como o roteiro original de Irene Mecchi teve a sensível tradução de Rachel Ripani.

Desde a abertura até o final, o que se sobressai no espetáculo são os diversos números musicais, com belas vozes em coro, com coreografias que se agigantam ao surgir cada vez mais bailarinos em cena, e com as belíssimas esculturas animadas --muito bem conduzidas por um elenco primoroso.

O elenco protagonista é coeso e entra no "faz de conta" com garra e muita energia. Seria injusto não destacar a participação especialíssima da cantora Phindile Mkhize como Rafiki. A cantora participou da trilha sonora do filme "O Rei Leão", em 1994 e está no musical há dez anos. É ela é quem traz a África para o palco.


Sucesso de público desde março deste ano em cartaz no Teatro Renault (SP), a produção parece ainda não ter uma data fixa para o término desta temporada. Várias promoções estão sendo feitas para os dias de semana, especialmente para as quartas e quintas-feiras --a preços bastante acessíveis.

O espetáculo é sim para toda a família, mas levar criancinha de colo em teatro à noite é muita judiação com a criança e com a própria mãe --que acaba não assistindo nem a peça nem o filho direito. No espetáculo desta quinta-feira (3), uma jovem mãe com um filho de colo entrou e saiu da sala umas dez vezes. Era só ela sentar que a criança desatava a chorar. Durante um longo período eu fiquei mais preocupado em como aquela mãe ia resolver aquele impasse do que com o que acontecia no palco.

Aliás, afora a mãe com a criança, eu nunca tinha assistido a um espetáculo em que o trânsito das pessoas pelos corredores fosse tão intenso durante a apresentação. Cenas belíssimas e até intimistas eram prejudicadas por funcionários do teatro com suas lanterninhas guiando espectadores que deviam estar apenas sentados assistindo. Vinte minutos depois de iniciado o espetáculo, ainda entrava gente. Enfim...

Certifique-se de que todos estão sentados em seus lugares, aconchegue-se no seu e só então aproveite a beleza plástica e musical que envolve "O Rei Leão" - O Marco da Broadway. Vale o investimento.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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