"Gente, Françoise Forton em plena forma, impressionante!", comenta Jô Soares ao encerrar a entrevista com a atriz em seu programa desta terça-feira (11).

Françoise, que tem o nome francês de batismo herdado de seu pai que viera da França, mas que morrera quando a atriz era ainda um bebê, já está anunciando os preparativos para a comemoração dos seus 45 anos de carreira.

Tendo começado a atuar muito cedo, em teatro e filmes universitários ainda em Brasília, a atriz teve a sua primeira oportunidade ao substituir uma colega na versão original do seriado "A Grande Família" (Rede Globo).

Participou de algumas novelas, mas estourou mesmo quando protagonizou "Estúpido Cupido", novela das 19h escrita por Mário Prata e dirigida por Régis Cardoso. Era agosto de 1976 quando a música homônima interpretada pela saudosa cantora Celly Campello anunciava a estreia de "Estúpido Cupido". Foi um grande sucesso.

Françoise Forton protagonizava a trama vivendo a graciosa Maria Teresa, a Tetê, cujo conflito estava entre entregar-se ao amor do jovem João (Ricardo Blat) e realizar o seu grande sonho de tornar-se Miss Brasil. O elenco estelar contava com nomes como os de Ney Latorraca (Mederiquis), Elizabeth Savalla (Angélica), Leonardo Villar (Guima), Maria Della Costa (Olga) e o excelente Zanoni Ferrite (Pepe) --que teve uma morte precoce num acidente automobilístico em 1978.

Consta que essa novela foi a última produção da Rede Globo em preto e branco, sendo que o último capítulo foi gravado em cores sem que os atores fossem avisados. E é com o espetáculo homônimo, "Estúpido Cupido" (Musical), que a atriz pretende comemorar os seus 45 anos de carreira no próximo ano.

No "Programa do Jô" de ontem a produção lhe preparou uma surpresa: mostrou uma cena do filme "Marcelo Zona Sul" (1970), de Xavier de Oliveira, no qual a atriz com apenas 13 anos de idade contracenava com o protagonista Stepan Nercessian. "O filme estourou!", conta a atriz.

Quanto às suas origens, Françoise confessou que sabe pouco sobre esse assunto. "Minha mãe nunca revelou muita coisa. Tinha um certo mistério...um segredo amoroso...inclusive até hoje eu busco por pessoas da família que eu gostaria de conhecer. Se alguém souber de algo...", faz um ligeiro apelo.

Enquanto vive a oportunista perua Gigi em "Amor à Vida", Forton está em cartaz no Teatro Leblon, sala Tônia Carrero, com a peça "Nós Sempre Teremos Paris", de Artur Xexéo e direção de Jacqueline Laurence. Prestes a completar 56 anos de idade, mas aparentando 36 no máximo, Françoise Forton envolveu a todos com a sua graça e charme --muito distante da histeria de Gigi, apesar de visivelmente nervosa --cantando dois números em francês do seu atual espetáculo. O negócio agora é curtir a Gigi e aguardar o lançamento de "Estúpido Cupido", o musical.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"