As belezas do Theatro Municipal de São Paulo foram a surpresa da Virada
Convidado a cobrir três shows da Virada Cultural de São Paulo (Ângela Ro Ro, Walter Franco e Wanderléa) no Theatro Municipal para a Ilustrada, acabei passando oito horas seguidas lá dentro na madrugada deste domingo (19).
Com intervalos de quase uma hora e meia entre cada show, pensei que o mais cansativo seriam os momentos em que ficaria esperando começar cada espetáculo. Ledo engano.
Qual não foi a minha surpresa quando, já no primeiro intervalo, o jovem Dennis Albert --um verdadeiro "mestre de cerimônias", muito gentilmente se ofereceu para fazermos um tour pelas dependências do teatro.
E aí se descortinou para mim um universo tão rico em beleza e cultura que, sinceramente, eu não esperava encontrar.
Os arcos do subsolo foi como se tivéssemos entrado em galerias subterrâneas de mosteiros cinematográficos. Ao subirmos escadas luxuosas, depois de corredores forrados com suntuosos tapetes vermelhos, nos deparamos com um salão nobre cuja grande mesa espelhada no centro reflete todo o esplendor da decoração em tons de dourado. Espaço que remete aos luxuosos castelos franceses, onde a corte realizava as suas festas.
E a novidade é que alguns espaços do Theatro Municipal (como o salão acima citado) podem ser alugados, dentro de certas regras, exatamente para festas e eventos. Fomos então em direção às sacadas do teatro, de onde a vista indevassável da Praça Ramos faz lembrar os grandes jardins dos castelos europeus.
Fiz um tour completo, sempre ciceroneado pelo atencioso e educado Dennis, que me apresentava cada ambiente e cada obra de arte do acervo do Municipal com paciência e riqueza de detalhes. Salas de ensaio requintadamente mobiliadas, recantos com bustos em bronze de maestros famosos que por lá passaram, enfim, uma verdadeira joia rara o interior do nosso Theatro Municipal.
E o melhor: é possível, a qualquer grupo interessado, agendar visitas monitoradas, basta informar-se com a secretaria do teatro. Para completar a excelente hospitalidade do teatro, no segundo intervalo Dennis ainda me conduziu ao refeitório dos funcionários para um café fresquinho --a especiaria mais desejada naquele momento, particularmente no estado de vigília em que já me encontrava.
Eram 9h00 em ponto quando adentrou ao palco do grandioso (agora, para mim, bem mais do que só pela bela estrutura externa) Theatro Municipal de São Paulo a cantora Wanderléa, para encerrar as oito horas da minha Virada Cultural com chave de ouro. A sempre "Rainha da Jovem Guarda" esteve exatamente como diz o próprio título do álbum que revisitou em seu show "Wanderléa Maravilhosa".
Para quem nunca se deu conta, como eu, de que o Theatro Municipal de São Paulo esconde tantas maravilhas --e agora está também retomando fortemente a sua temporada de óperas, segundo o simpático Dennis Albert a quem agradeço a extrema gentileza, "fica a dica": garanto que vale muito a pena agendar uma visita monitorada por lá. Será um tour de beleza e cultura inesquecível.
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