Renato Kramer

Professora Helena de "Carrossel" já foi travesti no teatro

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

A atriz Rosanne Mulholland ficou "De Frente Com Gabi" (SBT) na madrugada desta segunda-feira (1°).

Aos nove anos pediu para a sua mãe colocá-la num curso de teatro, mas só conseguiu a façanha aos doze, no auge de sua timidez: "a garganta travava para eu falar 'oi' pra uma pessoa que eu não conhecia!", confidenciou a atriz.

Rosanne nasceu em Brasília e, mesmo depois de já ter enveredado para o teatro, formou-se em Psicologia --tendo feito estágio com crianças. "Eu tive alguns conflitos na escolha da carreira de atriz", confessou a "professorinha Helena". "Eu tinha medo da exposição", explicou cautelosa.

"Ainda tem?", perguntou a apresentadora Marília Gabriela. "Um pouco", confirmou Rosanne, "tem momentos que eu não fico confortável, mas estou aprendendo a lidar com isso. Tinha medo de ficar pobre, se não conseguisse me manter como atriz", declarou a professora mais amada do Brasil.

A atriz está com 32 anos de idade --"mas com aparência de 18!", segundo Gabi, e já fez 12 filmes, dentre os quais "Falsa Loura" (Carlos Reichenbach, 2008) no qual teve muito destaque. "Me sentia mais confortável no cinema do que na televisão", segreda Rosanne.


Destaque ainda incômodo para a atriz em alguns aspectos, pois como virou moda nos dias de hoje, pessoas mal intencionadas postam cenas avulsas de seus filmes para o desencanto de muitos pais cujos filhos a tem como uma verdadeira "fada". "Eu sou uma pessoa normal", defende-se Rosanne, "às vezes as crianças me olham como se eu fosse uma fada e é lindo, mas eu não sou!".

E não é a primeira vez que a atriz tem dissabores com a mídia. No famoso "Caso Mulholland", do qual seu pai Timothy foi protagonista --perdendo o seu cargo de reitor da UNB --e do qual fora completamente inocentado, segundo a atriz, Rosanne achou que a imprensa foi cruel --"com meu pai e comigo, que não tinha nada a ver com a história".

"A sua relação com a mídia muda a partir daí?", quis saber Gabi. "Muda. Fiquei assustada, me senti muito agredida".E a "professorinha" enche os seus lindos olhos de lágrimas ao entrar nesse assunto. "Eu fico olhando pra você e acho você assombrosamente bonita!", confessa Marília Gabriela. "Muito obrigada, mas acho que "assombrosamente" foi um pouco demais!", retruca Rosanne sorrindo com o seu rosto perfeito como o das estrelas dos tempos áureos de Hollywood.

Atualmente o seu projeto é uma peça infantil, escrita a pedido seu por uma grande amiga, na qual viverá uma garota de nove anos. "Agora eu é que quero botar a minha criança pra fora", brinca ela. Mas a "doce e meiga professorinha" já viveu até um travesti no teatro!

"Foi bom?", perguntou Gabi. "Foi ótimo. Deu um trabalhão: de pesquisa, de fonoaudióloga, de tanta coisa, mas foi um trabalho muito marcante. Eu gosto de me arriscar, de desafios", completa Rosanne, que assinou um papel de união estável, mas se sente casada.

"Quando você aceitou fazer, você tinha noção da repercussão de "Carrossel"?, perguntou Gabi. "Não", respondeu rapidamente Rosanne. "Eu assisti o "Carrossel" mexicano. Eu tinha dez anos de idade. Eu adorava!". Nessa mesma época, a atriz confessa que era grande admiradora da Xuxa --"mas não escrevia cartas pra ela, nem mandava presentes".

"E como é ser ídolo desse público infantil?". "É estranho, você recebe um amor muito louco, eu não sei lidar com isso muito bem. As pessoas escrevem: eu te amo muito! E eu fico pensando: mas por quê gosta tanto assim?", desabafa Rosanne Mulholland.

Ao encerrar a entrevista, a bela atriz deixa uma pista para a resposta de sua própria questão. "Eu tinha muito medo que a minha professora Helena ficasse chata, sem sal, então eu colocava um certo encantamento de princesa nela, para que as pessoas sorrissem quando a olhassem. Eu acho que isso deu certo". As crianças desse Brasil afora também acham. Provavelmente seja por isso que gostam tanto da professorinha.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias