Renato Kramer

Vencedora, Miss EUA tropeçou no vestido exageradamente decotado

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"Eu acho que ela (Miss USA) não tem muita altura, muita postura...", salientou Adriane Galisteu apresentando o Miss Universo 2012 pela Band nesta quarta-feira (19). "Eu acho que ela não tem muito pescoço também!", acrescentou o estilista Rafael Mendonça, convidado a comentar o concurso.

Eram 89 candidatas, representando países do mundo inteiro. Alguns dos quais quase nem se tem ideia de onde possa ficar. Por exemplo: quando Miss Guam escorregou no priimeiro desfile geral, mas não caiu e nem perdeu o sorriso, logo me veio à cabeça: onde fica mesmo Guam?!

Sim, claro, a ilha de Guam é uma colônia norte-americana da Micronésia, localizada na extremidade sul das Ilhas Marianas, no oeste do oceano Pacífico. Quem disse que concurso de miss não é cultura?! Mas mesmo sorridente e escapando do tombo, Miss Guam não se classificou.

Na correria do primeiro desfile, que é editado - não 'ao vivo', Miss México, Miss Rússia e Miss Espanha chamaram a atenção. Miss Brasil estava bem, ainda um tanto tímida. Miss Austrália tinha o rosto mais bonito no vídeo. Miss Tanzania causou um grande estranhamento com a sua cabeça raspada. Nem ela nem Miss Espanha foram escolhidas para integrar as 16 semifinalistas.

"Não votaram em nenhuma negra", chamou a atenção Rafael Mendonça. "Tem negras lindíssimas! E a (Miss) Espanha? Era mais linda do que muitas aí!", acrescentou o estilista. E tinha razão. Em ambas afirmações.

Mas a gaúcha Gabriela Markus, Miss Brasil 2012, estava entre as 16. E veio muito bem no desfile de biquíni. Alta (1,80), esguia, elegante e sorridente, Gabriela fez bonito e conseguiu chegar entre as dez finalistas. Entre elas, claro: Miss Venezuela, que desde o primeiro desfile exibia um sorriso 'já ganhei'.

No desfile de gala, só com as dez, a brasileira deu um show. Linda, num estonteante vestido Alexandre Dutra, Gabriela Markus esbanjou elegância, charme e desenvoltura. Miss Austrália, então, parecia uma princesa: num belíssimo tomara que caia branco, com brilhos na parte do corpo, justo até abrir-se em uma grande cauda vaporosa.

Miss México pecou no vestido e já não voltou entre as cinco. Mas Miss USA tropeçou no volumoso vestido de contos de fadas exageradamente decotado que arranjou - parecendo uma fantasia que fora de alguém maior, mas mesmo assim assegurou a sua classificação. Miss Venezuela continuava com o sorriso 'já ganhei' e a postura 'olhem como sou descolada'.

Até então não fazendo por merecer na passarela, mas ovacionada por uma grande torcida, Miss Filipinas foi comendo pelas beiradas até que também ficou entre as cinco. Tanto Miss México, quanto Miss Rússia no vídeo pareciam estar melhor qualificadas. Gosto é gosto.


Mas lá estava Miss Austrália, bastante bela e a única que ameaçava a eventual vitória de nossa Gabriela Markus. Miss Venezuela? Por ela não tinha nem concurso, ela já tinha ganho! Mas não ganhou. E ficou em terceiro lugar. Gabriela ficou em quinto. E Miss Austrália, a mais bonita, em quarto! Quem ficou disputando a coroa? Sim, Miss USA e Miss Filipinas - duas moças bonitas, sem dúvida, mas 'sem muita altura, sem muita postura', como comentara Galisteu.

Finalmente o anúncio oficial da nova Miss Universo: Miss USA. Miss Filipinas ficou em segundo lugar. Ninguém ficou muito surpreso. Não seria o caso de creditar a vitória da candidata americana ao fato do 'dono' do concurso ser também americano e estar presente no evento. E sem sombra de dúvida, Olivia Culpo, eleita ontem em Las Vegas Miss Universo 2012, não tem 'culpa' nenhuma.

Talvez não tenha sido totalmente sem nexo o que circulou pela rede logo após o resultado do concurso. Muitos acharam que esse título teria sido algo como que para amenizar o peso da recente tragédia que se abateu nos Estados Unidos. Como se isso fosse possível. Mas não deixa de fazer um certo sentido.

Resta-nos parabenizar Miss Brasil Gabriela Markus, que esteve deslumbrante e chegou ao 'top five' no Miss Universo 2012.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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