Já não era sem tempo! Dona Carmen Lúcia, a Carminha (Adriana Esteves), já estava abusando da sorte há muito. E olha que demorou para Tufão (Murilo Benício) acordar. Ele não estava dormindo - hibernava!

De posse das benditas fotos íntimas de Carminha com Max (Marcello Novaes), a família Tufão em peso recebeu um balde de água gelada na cabeça. Tufão, a irmã Ivana (Letícia Isnard) e até mesmo a mãe Muricy (Eliane Giardini) --quem mais defendia a megera--, finalmente caíram na real.

Aí então, foi como Zezé (Cacau Protásio) descreveu para a colega Janaína (Cláudia Missura): "foi tiro, porrada e bomba!". E Carminha foi parar na casa paroquial. Janaína ainda conseguiu ter humor para comentar: "quer dizer que a diaba foi parar na igreja?!".

De início Carminha chorou, se escabelou, jogou-se ao chão de joelhos pedindo a todos que não acreditassem naquelas fotos, que eram montagem de profissional - enfim, culpa da Rita! Mas não colou. Então ela resolveu chutar o balde.

"Ordinária, cachorra! Fala pra mim, sua bandida!", pedia Tufão furioso. E Carminha, retomando a altivez dos grandes canalhas: "essa bandida foi a mulher que te fez feliz!". E acrescentou, cheia de si: "eu gastei os meus melhores anos aturando essa família de merda, aguentando essa família cafona, de quinta!". E levou o primeiro tapa na cara de Tufão.

Mas foi leve. "Desgraçada, sua vadia, sua prostituta, sua cadela!!!", gritava Tufão que, pela primeira vez, soltava uma voz que vinha das entranhas. "Atira pedra na única pessoa que te deu felicidade!", respondia a trapaceira amoral.

É quando Muricy avança e lhe dá 'o tapa' na cara. Truque ou não, ficou forte e cheio de energia. "Mãezinha, você que sempre me apoiou...", ainda tentou Carminha. "Esse arrependimento eu vou levar pro túmulo... mas isso eu não vou levar pro túmulo!", desabafou a mãe do filho traído, esbofeteando com vontade a mulher que só trouxe desgraça para a sua família. Talvez a melhor cena de Muricy na novela.

Mas a perversa ainda tinha cartas na manga. E, não se dando por satisfeita, retrucou, chamando Muricy de velha. Adauto (Juliano Cazarré) veio em sua defesa. "Você é doente!", gritou ele para Carminha. "Você é galhudo!", respondeu-lhe ela na lata. "Não tá sabendo que a Muricy tá de caso com o Leleco (Marcos Caruso)?", instigou a vilã. Muricy se desespera: "víbora! Desgraçada!". Mas era tarde. O veneno já tinha entrado nas veias do pobre Adauto. Ele tem uma crise e sobe para o quarto. Mais tarde desce e se vai. Muricy desaba.

Então, para terminar de vez com aquela ladainha, Tufão pega Carminha pelo braço e a leva para fora de sua casa. Quando percebe algumas pessoas acompanhando aquela baixaria do outro lado da rua, solta com voz forte: "olhem mesmo, tô expulsando uma vagabunda de casa que nunca devia ter pisado aqui!". E a coloca portão pra fora. "Você me paga", diz Carminha espumando de raiva. "Você vai me pagar caro - caro!!!", vocifera entre dentes.

Será que vai ter 'Avenida Brasil II'?!? Segundo Nina (Débora Falabella), parece que não.

"Acabou... acabou Carminha... acabou Max... acabou tristeza, acabou mágoa! Acabou", diz a 'culpada de tudo' para Jorginho (Cauã Reymond) quando ele vem lhe contar o que acontecera.

Jorginho fora correndo visitar o pai para saber como ele estava depois desse 'furacão' que passara por sua casa. Temia que Tufão o rejeitasse. "A gente fez uma coisa linda desse atoleiro que botaram a gente. Teu nome é Jorge Tufão Filho - tu é meu filho e eu te amo!", foi o que ouviu de seu 'pai'. Bela cena.

Monalisa (Heloisa Périssé) também foi ao encontro de Carminha para desabafar a sua raiva, mas encontrou a megera com pedras na mão. Além de lhe relatar com detalhes como lhe roubara Tufão ainda assinou embaixo: você é uma mulherzinha de merda! Eu cheguei lá, linda e loura e ele ficou do meu lado!". Quem dá conta de Carmen Lúcia?

Enquanto isso, Ivana, fera ferida, vai até o lixão e ameaça Max com uma faca na mão: "desgraçado, vou te matar!". Oi, oi, oi.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"