Renato Kramer

'Pobre tá sempre carregando uma sacolinha!', diz Carminha

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Nem correndo perigo de vida a pérfida Carminha (Adriana Esteves) de "Avenida Brasil' (Rede Globo) abaixa a crista. Num misto de 'Caco Antibes'(Miguel Falabella, em 'Sai de Baixo') e 'Val Marchiori' (a própria Val, de 'Mulheres Ricas'), Carminha soltou esta 'pérola do politicamente incorreto' no capítulo desta segunda-feira (30).

É que o seu devotado Max (Marcello Novaes) 'fez que fez' e encontrou o cativeiro da amada amante. Ambos conseguem dominar o bandido hipertenso Serjão (Vicentini Gomez) e fogem juntos. Só que no morro o buraco é mais embaixo.

Moreira (Rodrigo Rangel) fica sabendo da fuga e manda os comparsas 'fecharem' todas as saídas.É quando o casal "Bonnie and Clyde" da favela se esconde num barraco vazio. Ajudando Max a se disfarçar para pode passar pela bandidagem e voltar para casa é que Carminha solta essa 'máxima da sacolinha'.

"A gente precisa desse dinheiro agora. Não 'vâmo' morrer na praia!", insiste Max ao perceber a resistência de Carminha em continuar com o plano. "Eu não vou morrer na praia, vou morrer no morro!", adverte ela.

Enquanto isso, no 'cafofo' de Nina (Débora Falabella), que Jorginho (Cauã Reymond) descobriu graças ao dedo duro do Nilo (José de Abreu) - as cenas foram do "Força Tarefa" ao "Love Story" num piscar de olhos. Muita briga, muita discussão para tudo acabar na cama.

Mas o melhor ainda foi o desabafo de Carminha - bem no estilo Val de ser - quando Max exigiu que a 'lady dali' colocasse um boné para não ser reconhecida na fuga. "Se eu for baleada, você me arranca a porcaria desse boné! Só o que me faltava era eu morrer e ainda aparecer no jornal com esse boné horroroso!!!". Gente fina é mesmo outra coisa.

Da trama policial para o 'vaudeville farsesco' em dois segundos. Pois em meio ao climão de fuga dos perigosos sequestradores, Carminha acaba participando de um quadro de humor ligeiro. É surpreendida por um casal que chega no barraco onde está escondida e corre para debaixo da cama.

A mulher pergunta para o cidadão se a sua esposa não vai chegar. Ele explica que ela está trabalhando e ainda demora a voltar. Ambos se jogam na cama e acontece o rala e rola. Madame Carmem Lúcia Moreira de Souza (a Carminha), chiquérrima, é obrigada a participar indiretamente de todo o 'amor proibido' do distinto casal, só que por debaixo dos panos.

Quando a distinta senhora se vai, o homem percebe Carminha debaixo da cama e só não a põe para correr porque esta ameaça de contar o seu idílio vespertino para a sua esposa. Só na ficção mesmo. Pois ele não só aceita deixá-la quieta, como ambos resolvem tomar um bom cafezinho feito pela chantagista.

Mas a maior coincidência ainda estava por vir. Zezé (Cacau Protásio), a empregada que vive implicando com Nina, ganha folga e vai para casa. Moreira acaba por descobrir o paradeiro de Carminha e vai buscá-la. No caminho de volta para o antigo cativeiro, não é que eles passam bem na frente da casa de Zezé e esta reconhece a voz da patroa? O que é o destino!

Melhor que isso só o enorme senso de compreensão do jovem Leandro (Thiago Martins). Suelen (Isis Valverde), que do dia para a noite transformou-se numa verdadeira 'gata borralheira', tentou dissuadir o rapaz de ficar com ela. "Eu não presto, Leandro!", disse-lhe Suelen. "Tu é que não consegue enxergar tuas qualidades", diz o jovem 'mui' compreensivo. "Tu é que não conseguiu enxergar quem eu sou: uma pistoleira vagabunda!", retrucou a moça com conhecimento de causa. E pasmem, sabem o que o rapaz argumenta? "Você é que se cobra muito". E viva a ficção!

Tudo termina quando Zezé chega na casa dos patrões esbaforida e conta para Tufão (Murilo Benício) que viu Carminha lá no morro onde mora e sabe como encontrá-la. Nina se arrepia. Max congela.

Crédito: João Cotta/TV Globo Carminha não usa boné e nem carrega sacolinha
Carminha não usa boné e nem carrega sacolinha

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias