Que coisa feia. O professor de 'muay thai' goiano Yuri passa a falsear um namoro com a estudante de medicina gaúcha Laisa só para correr contar para a sua 'turma' tudo o que a moça lhe diz.Um homem adulto, com 26 anos de idade, se prestar a um papel de um escancarado 'leva e traz'...francamente.

A verdade é que o 'caldeirão' do bando da selva está fervendo. E eles estão só esperando a oportunidade para colocar Laisa dentro dele. Será que ela ainda não percebeu a jogada do rapaz? Ou então ela estaria dando uma de 'joana sem braço'?! Tomara, porque se não for, a gaúcha vai cair do cavalo quando perceber. E talvez seja tarde demais.

"Eu já tô de saco cheio da Bah!", afirmou a 'pequena sereia' Renata. "Nada do que ela faz é espontâneo. É um forçado diferente da Fabiana, mas é forçado!", acrescentou a 'grande fiona' Monique. À toa me veio um dito popular que a minha mãe adorava usar: "ora, Bernadete...na igreja não eras tão devota!".

À tarde, a prova do anjo. Por sorteio, Fabiana, Fael, Yuri e Rafa foram os participantes. Além do colar que concede imunidade à alguém, o vencedor ganharia um carro zero. Rafa foi o vencedor. E já prometeu o colar para a 'fiona'. Mal sabe ele que a bela Bah pode invalidar o seu presente.

E com o anjo, vem sempre o 'monstro'. Dois brothers teriam que vestir-se de abelhas e interpretá-las a cada sinal sonoro. "Vou escolher um casal. Não levem para o lado pessoal", declarou o anjo Rafa ao apontar o modelo Jonas e a bela Bah. Nada pessoal, imaginem!

Totalmente descompensado, o professor Yuri ficou verde de ciúmes ao ver o quanto os dois gaúchos se entrosaram na brincadeira. Deitado, 'de bico', queixou-se para o 'trio ternura' (Rafa, Monique e Renata): "(Jonas) fazendo trairagem com a mina que eu tô ficando". Ao que Rafa respondeu: "mas ele não faz fofoca" (na lata!). "Cala a boca", respondeu irado o professor. "Vocês não me viram grosso ainda!", disse em tom de ameaça.

"Agora eu sei, passei por cada papel, e rastejei..." --era a voz de Paulo Ricardo cantando um dos maiores sucessos do RPM: "Loiras Geladas". Foi essa a canção que abriu a festa deste sábado: "Amarelinha". Mas poderia ter se chamado "Roxinha", que deve ter sido a cor que ficaram as orelhas da estudante Laisa. Não havia outro assunto, senão colocar a moça no paredão.

A "Amarelinha" ficou bem produzida. Um universo infantil foi caprichosamente criado nas dependências externas da casa mais desavisada do Brasil. Por instantes deu a sensação de que a antiga nave que trazia a Xuxa ia descer ali e veríamos a 'Rainha dos Baixinhos' aparecer e cantar, com os seus famosos birotinhos na cabeça: "tá na hora, tá na hora... tá na hora de brincar". Mas os brothers, embora com figurinos também caprichados de meninos e meninas, não estavam muito afim de brincadeiras.

O Dj André Werneck trouxe muitos sucessos dos anos oitenta e muitos 'mixes' de atuais hits. O som estava muito bom. O espírito dos brothers é que não estava. "Será só imaginação? Será que nada vai acontecer? Será que é tudo isso em vão?" (Será), cantaria mais tarde o saudoso Renato Russo.

Hoje à noite? Formação de paredão, bebê! Vai perder? Como diria a sempre animada animadora Hebe: "na-na-ni-na-não!". Conseguirá salvar-se da berlinda a estudante Laisa com o seu "poder supremo"? Mas bah! A gauchinha vai ter que dançar a 'chula' de saia justa e salto quinze na areia movediça!

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"