Zezé Di Camargo diz que 'Brasil nunca chegou a ser uma ditadura'
O cantor Zezé Di Camargo —nas suas próprias palavras— é um cara inteiramente imperativo, determinado naquilo que se propõe a fazer e muito politizado. Tudo isso foi dito pelo sertanejo em entrevista a Leda Nagle no seu canal no YouTube nesta segunda (11).
À jornalista, o músico também afirmou que já recebeu propostas para se candidatar, mas que não aceitou por não ter "vocação para exercer". "Já conversei com alguns políticos, eles ficam impressionados com meus conhecimentos políticos", disse.
Durante a primeira parte da conversa, que deve continuar nesta terça (12), política foi um dos temas mais falados, principalmente sobre o período da ditadura militar.
"Muita gente confunde militarismo com ditadura, todo mundo fala 'nós vivíamos numa ditadura'. Nós não vivíamos numa ditadura, nós vivíamos num militarismo vigiado. Ditadura é a Venezuela, Cuba com Fidel Castro, Hungria, Coreia do Norte, China. Esses são realmente ditadores. O Brasil nunca chegou a ser uma ditadura daquelas que ou você está a favor ou você está morto", disse o músico.
A jornalista lembrou o sertanejo de que, por 21 anos, a ditadura prendeu, torturou e matou muita gente. Ao que o músico respondeu: "Mas não chegou a ser tão sangrenta, tão violenta, como a gente vive até hoje, no mundo de hoje. Não dá para acreditar que muita gente ainda acredita que uma ditadura vai dar certo. Mas eu acho, eu acredito, as pessoas vão me achar maluco, não quero isso jamais pro Brasil, mas eu imagino que o Brasil hoje precisaria passar por uma depuração. O Brasil até podia pensar no militarismo para reorganizar a coisa e entregar de novo."
COMPOSITOR
Durante a conversa, Leda afirmou que Zezé tem uma "poção compositor muito forte e muito respeitada" e lembrou que o sertanejo foi, por oito anos, o maior arrecadador de direitos autorais do Brasil.
"Nessa coisa do compositor eu sempre fui muito bom quando eu estudei — e fiz até o segundo ano colegial. Eu estudei relativamente pouco, eu não tenho curso superior nem nada, mas eu sempre fui muito aplicado", disse o cantor.
"Eu nunca deixei nada pela metade. Numa fase da minha vida, eu estipulei que eu tinha a obrigação de fazer uma música por dia. E eu fazia uma música por dia. Podia ser boa ou ruim, mas eu fazia", completou.
O sertanejo também disse que suas melhores notas no colégio eram em na disciplina de redação. "Eu era muito bom para falar sobre qualquer assunto."
'EU SOU ALUCINADO POR NOTÍCIA'
Zezé, que canta em dupla com o irmão Luciano, também contou a Leda que gosta de ouvir e assistir notícias, seja no rádio ou na televisão. "Eu sou alucinado por notícia", disse.
"Eu acho que seria fascinante para o jornalismo criar um programa onde o jornalista desse a notícia e expressasse a notícia como cidadão", completou.
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